O fotógrafo Orlando Filho fazia questão de cobrir shows de bandas de rock que se apresentavam em São Paulo para o "Diário do Grande ABC", jornal da Grande SP em que trabalhou nos últimos 20 anos.
Assim juntava duas paixões: a fotografia e a música. Entre suas bandas preferidas estavam Led Zeppelin e The Who. Orgulhava-se, conta sua filha, Gabriela, de ter ido às duas primeiras edições do Rock'n'Rio. Corintiano, gostava também de cobrir partidas de futebol para o jornal.
Mas as pautas não eram só diversão: contava da vez em que subiu no telhado de uma casa em uma favela em São Paulo para fazer uma foto, mas a telha cedeu e Orlando caiu dentro da casa, em cima de um fogão –destruiu o eletrodoméstico, conta o amigo e colega Claudinei Plaza.
Plaza ressalta o foco e a dedicação como as marcas de Orlando. "Ele voltava à redação e pedia a opinião dos colegas, sempre preocupado com o trabalho dele", diz. A filha confirma: "Quando viajávamos, a gente combinava de estar de pé tal hora, mas ele acordava uma hora antes".
Em 2009, Orlando foi escalado para cobrir a explosão de uma fábrica de fogos de artifício em Santo André, que destruiu um quarteirão inteiro e deixou dois mortos. O impacto da cena o fez se sentir mal, conta Plaza. Quis fazer algumas fotos, mas logo decidiu procurar um hospital: estava sofrendo um infarto.
Desde então, lutou contra problemas cardíacos até a última terça (27), quando morreu, aos 54. Deixa mãe, filha e amigos. A missa de 7º dia acontece nesta segunda (3), às 19h, na igreja Matriz de Ribeirão Pires (SP).
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