Folha de S. Paulo


Julio Nicolau (1923-2017)

Mortes: Sindicalista, conhecia todos na 25 de Março

Julio Nicolau teve que se virar cedo. Aos 14, com a morte do pai, tornou-se o principal mantenedor da família, trabalhando como balconista numa loja de tecidos. De lá, sairia só para ocupar cargos de diretoria no Sindicato dos Comerciários de São Paulo –que fundou em 1942 e onde trabalhou até o ano passado.

De família libanesa, o pai trabalhava com tecidos no bairro Pari, em São Paulo, onde a família foi criada. Julio seguiu no ramo. Aos 14, foi contratado pela Têxtil Assad Abdalla, na 25 de Março, centro de SP. Adolescente, já ajudava a mãe e tratava os dois irmãos mais novos como filhos, financiando até seus estudos.

Ficou na empresa por mais de quatro décadas e chegou ao cargo de gerente. Carismático e de muitos amigos, conhecia todos os lojistas na movimentada rua comercial do centro da cidade.

Aproximou-se da vizinha Abigail Rocha quando começaram a pegar juntos a lotação para o centro da cidade e juntos permaneceram por 60 anos, entre namoro, noivado e os 57 anos de casamento.

Em casa, gostava de ler e fazia questão de passar o tempo livre com a família, que levava para a Praia Grande, no litoral paulista, diz dona Abigail. "Passava a tarde toda olhando ininterruptamente para aquele mar", conta Felipe, seu neto mais velho.

No Sindicato dos Comerciários de São Paulo, foi tesoureiro, diretor de patrimônio e conselheiro, além de membro mais antigo até o último dia 8, quando morreu, aos 93, de falência de múltiplos órgãos. Deixa a mulher, Abigail, dois filhos, Julio e Monica, cinco netos e um irmão.

Divulgação
Júlio Nicolau
Julio Nicolau recebe homenagem do presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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