Folha de S. Paulo


Elizabeth Santos Schwab Freua (1929-2017)

Mortes: Com música e livros, ajudou a difundir a cultura

Não era só nas aulas de música para crianças pobres, nas bibliotecas que ajudou a reabrir ou nas escolas em que trabalhou que se via a preocupação da dona Elizabeth Freua com o bem-estar alheio.

O cuidado com os outros também estava da porta para dentro de casa, de onde ninguém saía de barriga vazia: tinha sempre bolo e cafezinho para as visitas.

Filha de pastor evangélico, demorou a se fixar num lugar. A família mudava-se com frequência, a depender do que precisava a igreja do pai, e a menina cresceu entre várias cidades do interior paulista.

Foi em Ourinhos (SP) que conheceu o marido, Fariz Freua, que a apresentou ao espiritismo, religião para a qual ela se dedicaria a vida toda.

Trabalhou em escolas públicas lá e em Campinas, até se mudar, já viúva, para Araxá, onde vivia a filha, Nara. Encantada com a cidade mineira, dizia que havia chegado a um "pedaço do céu".

Em Minas, voltou-se ao trabalho voluntário, em ações promovidas pelo centro espírita que frequentava. Regeu corais e ensinou crianças a tocar flauta e teclado.

Ajudou ainda a reformar e equipar uma série de bibliotecas voltadas a obras espíritas. Foi a paixão pela literatura que a ajudou a manter-se lúcida, diz Nara –além dos livros espíritas, acompanhava diariamente o noticiário.

Dizia, já no fim da vida, que tinha duas vontades para depois que morresse, conta a filha: ser cremada e ter sua história publicada nesta coluna, da qual era leitora assídua.

Morreu na última sexta-feira (9), aos 88, deixando três filhos, oito netos e bisnetos.

Arquivo Pessoal
Elizabeth Santos Schwab Freua (1929-2017)
Elizabeth Santos Schwab Freua (1929-2017), com a bisneta Ana Beatriz

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: