Folha de S. Paulo


Luis Antonio Siqueira Dias (1955-2017)

Mortes: Da vida política ao retiro na literatura

"Depois do nascimento é certa a morte, é certo o inesperado, é certo o imprevisível e é certa a dinâmica dos fatos. Daí nossa capacidade de adaptação", escreveu Luis Antonio Siqueira Dias em seu último livro, "Biografias Misturadas", com a propriedade de quem soube se adaptar e fez de tudo ao longo da vida.

A primeira incursão na política foi ainda na universidade, como presidente de centro acadêmico. Não tinha completado nem 30 anos quando foi virou assessor especial do governador paulista Franco Montoro, nos anos 1980. Na época, chegou a tentar se eleger vereador —sem sucesso.

Trabalhou junto a Zélia Cardoso, ministra da Fazenda do governo Collor, como interlocutor do governo federal com empresários.

Na mesma década, chegou a criar um espaço de coworking em São Paulo, muito antes de a ideia virar moda e de a palavra entrar no vocabulário brasileiro. Abriu ainda em São Paulo um museu dedicado a quadrinhos.

Escreveu o primeiro livro, "O Grão", voltado à religiosidade, depois de viver em um mosteiro, nos anos 1990.

As últimas obras, "Trajetória de uma Nota de Cem" (série de contos que narram as desventuras de uma cédula) e "Biografias Misturadas" (os meandros da política contados por um estadista aposentado), criou depois de se mudar para uma fazenda no interior do Estado, onde passou a se dedicar a duas de suas paixões, além da literatura: a culinária e os cavalos.

Luis Antonio morreu no último dia 25, aos 61, após sofrer um infarto. Deixa a mãe, o filho, José Gregório, uma neta, irmãos e a namorada.

Arquivo Pessoal
Luis Antonio Siqueira Dias (1955-2017)
Luis Antonio Siqueira Dias (1955-2017)

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