Folha de S. Paulo


Maria de Lourdes Aguiar Bonadia Reichmann (1945-2017)

Mortes: Grande nome na prevenção à doença da raiva

Tinha dez anos Maria de Lourdes Reichmann quando se deparou com a doença da raiva pela primeira vez. Seu pai chegou a ficar em coma após receber uma dose da vacina antirrábica de um lote com problemas.

A batalha médica para salvá-lo despertaria o interesse de Maria de Lourdes pela doença e faria dela, décadas depois, uma das maiores especialistas do país no assunto.

Foi a única mulher a se formar na turma de 1968 do curso de medicina veterinária da Universidade de São Paulo.

Dedicou sua carreira à epidemiologia e à saúde pública. Na Prefeitura de São Paulo, participou da criação, nos anos 1970, do Centro de Controle de Zoonoses e coordenou por 11 anos o programa de prevenção de raiva humana. Nas últimas duas décadas trabalhou no Instituto Pasteur, do governo paulista.

Pela amiga e colega Ivanete Kotait é definida como "uma das mais brilhantes veterinárias da saúde pública, controle e manejo animal, em especial de cães e gatos, do Brasil e da América Latina."

Sua diversão, diz a irmã Beth, era estudar. "Se ia para a praia, carregava os livros dela", conta.

Referência na área, publicou manuais e deu cursos e palestras no Brasil e em outros países. Mesmo internada nos últimos meses por problemas decorrentes de um câncer, não deixou de atender profissionais que lhe telefonavam pedindo orientação, tanto em pesquisas como em casos práticos.

Morreu no último domingo (4), aos 72. Deixa os filhos Carolina e Carlos Eduardo, o neto, Felipe, a mãe, irmãos e uma série de aprendizes.

Arquivo Pessoal
Maria de Lourdes Aguiar Bonadia Reichmann (1945-2017)
Maria de Lourdes Aguiar Bonadia Reichmann (1945-2017), à esquerda, com os filhos

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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