Folha de S. Paulo


Chuvas deixam sete mortos e 54 mil pessoas desabrigadas em PE e AL

Jonathan Lins/Gazeta de Alagoas
Praias e avenidas de Maceió ficam tomadas por lixo após chuvas
Praias e avenidas de Maceió ficam tomadas por lixo após chuvas; sete pessoas morreram no Nordeste

As fortes chuvas que atingiram parte do litoral nordestino no fim de semana resultaram em sete mortos, seis desaparecidos e 54 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas nos Estados de Pernambuco e Alagoas.

O temporal atingiu as regiões da zona da mata e agreste de Pernambuco, norte de Alagoas e a região metropolitana de Maceió, causando alagamentos e deslizamentos de terra.

Cidades ficaram parcialmente submersas, rodovias foram interditadas, escolas estão sem funcionar e até hospitais foram atingidos por alagamentos.

Em Pernambuco, o governo do Estado decretou estado de calamidade em 14 municípios. Em balanço divulgado nesta segunda-feira (29), a Defesa Civil contabilizou 45 mil pessoas desabrigadas (abrigadas em prédios públicos) ou desalojadas (na casa de amigos ou parentes).

Duas pessoas morreram soterradas na cidade Lagoa dos Gatos, agreste pernambucano, e outras duas estão desaparecidas em Caruaru..

Diego Nigro/JC Imagem/Folhapress
Moradores tentam salvar pertences após estragos da chuva na cidade de Belém de Maria, em Pernambuco
Moradores salvam pertences após estragos da chuva na cidade de Belém de Maria, em Pernambuco

Em Rio Formoso (PE), as chuvas alagaram o hospital e maternidade da cidade, obrigando a retirada dos pacientes. O governo do Estado estuda a implantação de um hospital de campanha para suprir a demanda da cidade.

No Estado de Alagoas, quatro pessoas morreram após um deslizamento de terra em Maceió e três mil famílias –cerca de 9.000 pessoas, segundo a Defesa Civil– estão desabrigadas ou desalojadas em 18 cidades.

Quatro pessoas da mesma família estão desaparecidas após um deslizamento de terra na Grota da Cycosa, periferia da capital. Um adolescente também está desaparecido na cidade de Satuba (22 km de Maceió).

Parte da cidade de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, ficou parcialmente submersa, com o acesso sendo feito apenas por canoas. O alagamento atingiu o centro histórico da cidade, que abriga casarões e igrejas do século 17.

Por segurança, a Eletrobras Alagoas suspendeu o fornecimento de energia em áreas afetadas de Marechal Deodoro, Pilar e São Miguel dos Campos.

Em Maceió, parte do teto desabou na Maternidade Escola Santa Mônica e em um edifício da Universidade Federal de Alagoas.

As praias da cidade e margens de rios da cidade ficaram cobertas de lixo. A prefeitura informa que recolheu mais de mil toneladas de resíduos, sendo 250 toneladas apenas no Riacho Salgadinho, um dos rios que cortam a capital.

Neste domingo (28), o presidente Michel Temer (PMDB) sobrevoou áreas atingidas em Pernambuco e Alagoas e prometeu a liberação recursos para ações emergenciais.

O governo federal ainda anunciou a liberação de um empréstimo de R$ 600 milhões para o governo de Pernambuco investir em ações preventivas de médio e longo prazo, com a construção de barragens.

Os governadores de Alagoas, Renan Filho (PMDB), e de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) montaram gabinetes de crise para acompanhar o atendimento às famílias atingidas. O Exército foi convocado para atuar no apoio aos desabrigados.

Divulgação
Estado de calamidade pública em Maceió, Alagoas, por causa das fortes chuvas
Estado de calamidade pública em Maceió, Alagoas, por causa das fortes chuvas

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