Folha de S. Paulo


Leonardo Páscoa (1974-2017)

Mortes: nos coros da igreja e de teatros de todo o país

Arquivo Pessoal
Leonardo Páscoa (1974-2017)
Leonardo Páscoa (1974-2017)

Ainda menino, Leonardo Páscoa já exercitava os dedos ágeis sobre o piano e a voz aveludada pelos cantos da casa. Pequenas amostras do dom herdado dos pais músicos, mas também resultado de muitas aulas, iniciadas quando ele tinha apenas seis anos.

Aos 10, já dava uma palhinha para o público na igreja que a família frequentava na capital fluminense. Acompanhou a mãe no piano por um tempo, mas logo entrou para o coro –e nunca mais saiu.

Acabou levando até uma amiga para o ramo do canto lírico. Rose já estava aprovada na faculdade de veterinária, mas decidiu seguir os passos do amigo empolgado. Os dois se casaram anos depois.

Léo até chegou a arriscar outras coisas. Deu aulas de inglês e entrou para a faculdade de administração –coisa de músico que teme não conseguir viver da arte, diz Rose. Mas não durou muito.

Estudou canto na Escola de Música da UFRJ e, em 1994, entrou para o coro do Theatro Municipal do Rio. O mesmo de que o pai já fazia parte e a mulher também faria.

Junto ao glamour dos palcos, Léo continuava a tocar o coro e a orientar jovens daquela mesma igreja de sua infância, hoje como coordenador.

Entre o Municipal e outros projetos espalhados pelo país, Léo apresentou óperas como "Aida de Verdi", "Carmen" e "La Bohème".

Durante uma apresentação, há cerca de um mês, passou mal pela primeira vez. Chegou a cair no palco. A cólica forte voltou no último dia 7, durante uma apresentação na igreja. Léo morreu no mesmo dia, em decorrência de um infarto fulminante. Deixa mulher, o filho, Filipe, os pais e o irmão.


Endereço da página: