Folha de S. Paulo


Polícia liberta funcionários dos Correios feitos reféns em agência de SP

Ricardo Bastos/Fotoarena/Folhapress
SÃO PAULO, SP - 15.05.2017: ASSALTO COM REFÉM NA AGÊNCIA DOS CORREIOS - Assaltante usa refém como escudo no momento em que se entrega a Polícia durante assalto a uma agência dos Correios na rua Ouricuri na Vila Formosa, bairro da zona leste de São Paulo. (Foto: Ricardo Bastos /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1320620 *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Ladrão usa refém como escudo ao se entregar à polícia durante assalto a agência dos Correios em SP

Uma tentativa de assalto a uma agência dos Correios na Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, terminou nesta segunda (15) com seis funcionários feitos reféns. Depois de cerca de quatro horas de negociação, a polícia conseguiu libertar as pessoas e prender o ladrão.

O crime aconteceu antes mesmo da abertura da agência. Segundo o major Valmor Saraiva, a tesoureira responsável pelo cofre da unidade foi rendida ao sair de sua casa, em Itaquera (zona leste), e levada até o local de trabalho.

Na entrada, por volta das 8h30, mais cinco funcionários foram feitos reféns pelo bandido, armado com um revólver calibre.38.

A descrição do crime levou a polícia a desconfiar que quem participou do assalto conhecia a rotina e sabia quais eram as funções de cada um dos funcionários.

A Polícia Militar chegou rapidamente ao local. Um dos PMs que participaram da ocorrência afirma que recebeu via rádio, durante um patrulhamento de rotina, a informação de que uma funcionária dos Correios tinha se tornado refém de um bandido.

No mesmo momento, ele seguiu direto para a agência mais próxima de sua área, imaginando que talvez o criminoso pudesse levar a mulher para lá.

Paulo Lopes/Futura Press/Folhapress
Policiais do Gate em frente à agência dos Correios em Vila Formosa, na zona leste de SP
Policiais do Gate em frente ao local do assalto, na Vila Formosa (zona leste de SP)

Como o 58º DP (Vila Formosa) estava sem acesso ao sistema de registro de boletins de ocorrência, o delegado responsável ouviu as testemunhas no 31º DP (Vila Carrão).

Lá, um funcionário disse à reportagem que o ladrão exigiu que todos ficassem de joelhos, sob a mira da arma, durante boa parte do tempo. Somente depois permitiu que se sentassem em cadeiras.

O funcionário, que preferiu não se identificar, disse que o ladrão ficou o tempo todo ao telefone e que parecia irritado pelo fato de os comparsas não terem invadido a agência junto com ele.

O suspeito só se entregou após uma tensa negociação com a polícia, que contou com a participação de policias do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Para libertar os reféns, ele exigiu o uso de um colete à prova de balas e, ao deixar o local, fez uma das funcionárias de escudo humano.

Os funcionários foram sendo libertados um a um. Muito abalados, receberam apoio psicológico no local. Ninguém se feriu.

Segundo o marido de uma das vítimas, trata-se do quinto assalto em pouco mais de um ano na mesma agência.

Os Correios disseram, em nota, que o caso está sob investigação e que "eventuais prejuízos estão sendo apurados". A empresa afirmou que dá apoio aos funcionários e que não fornece detalhes ou estatísticas, por se tratar de assunto de segurança.

O suspeito não teve a identidade revelada. A Polícia Militar informou que está à procura do segundo homem que deu apoio ao crime, e a Polícia Civil, que os funcionários estão sendo ouvidos.


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