Folha de S. Paulo


Após transferir 348, 'favela marmitex' é destruída em presídio de Roraima

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Presos são transferidos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista
Presos são transferidos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista

Uma operação retirou 348 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), e está destruindo, desde o final de semana, a ala que ficou conhecida como "favela marmitex".

A transferência dos detentos foi deflagrada entre a noite de sexta-feira (12) e a madrugada de sábado (13) e envolveu cerca de 150 homens, entre policiais militares, agentes penitenciários e membros da Força Nacional.

A "favela marmitex" foi revelada pela Folha em janeiro, quando 33 detentos foram mortos na penitenciária em um ataque da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Com barracos feitos de madeira, lona, restos de alvenaria e até tampas de marmitex, a favela nasceu no interior da penitenciária no setor conhecido como "ala da cozinha", em alusão ao seu objetivo antigo.

O local abrigava presos acusados de crimes sexuais, de falta de pagamento de pensão alimentícia, de embriaguez ao volante e os ameaçados por detentos de outros setores da unidade prisional.

"Era uma situação deplorável de presos dentro de uma favela no presídio, sem as condições de higiene mínimas. Fizemos um planejamento para tirar os presos de lá e tivemos aval de que teríamos condições de fazer isso no final de semana", disse o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Ronan Marinho. Ele assumiu o cargo no início deste mês.

A operação toda incluiu a transferência de 431 presos. Os 348 que estavam na penitenciária agrícola foram encaminhados à cadeia pública de Boa Vista, enquanto 83 que estavam na cadeia foram removidos para a penitenciária.

"A favela dava um aspecto muito negativo, deixava o Estado em condições frágeis. Os presos agora têm banheiro, cela de alvenaria e são protegidos por uma ala. As condições melhoraram consideravelmente", disse o secretário.

Na ala da cozinha ainda há resquícios a serem concluídos, como a demolição de um muro para melhorar a visibilidade da equipe de vigilância externa.

A transferência foi definida, também, após a Dicap (Divisão de Inteligência e Captura) ter interceptado mensagens sobre uma possível invasão de presos de outras alas à cozinha para matar os detentos que ali cumpriam suas penas.


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