Folha de S. Paulo


Força Nacional começa a atuar no Rio na próxima segunda-feira

Ricardo Borges/Folhapress

Convocada em meio ao agravamento da violência no Rio de Janeiro, a Força Nacional começará a atuar na cidade na próxima segunda-feira (15).

Em reunião nesta quinta (11) ficou definido que os 300 homens – número equivalente a 0,65% do efetivo da Polícia Militar fluminense – vão atuar principalmente na repressão ao roubo de cargas.

O foco inicial será na região onde esse crime é mais comum atualmente, o entorno do Complexo do Chapadão e do Morro da Pedreira, na zona norte.

Violência

Passam pela região importantes vias, como a avenida Brasil, que atravessa 26 bairros, e da rodovia Dutra, que liga Rio a São Paulo.

A avaliação das forças de segurança é a de que o roubo de cargas tem se tornado um crime tão ou mais rentável quanto o tráfico de drogas, e seus lucros têm permitido a compra de armas.

A Força Nacional vai atuar integrada à Polícia Militar, Civil e Rodoviária Federal.

Os 300 homens, no Rio desde a última terça-feira (9), se somam aos 125 que já estavam na capital desde dezembro, reforçando a segurança do Palácio Guanabara, sede do governo, e da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) -atuam, por exemplo, em protestos de servidores contra cortes de Orçamento por parte do Estado.

O ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou a prorrogação do emprego da Força Nacional por 90 dias, a contar da última terça. O prazo poderá ser prorrogado.

Em evento no Rio na última segunda-feira (8), o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o socorro federal à segurança pública do Rio custa caro, e que não se pode gastar "em coisas que não são efetivas", citando como exemplo a ocupação do Complexo da Maré, conjunto de favelas na zona norte da capital.

As Forças Armadas ficaram lá por 14 meses, até junho de 2015, mas o tráfico continua presente até hoje. "Quando saímos, o estado não entrou com um conjunto de serviços. O que aconteceu foi que aquilo [o tráfico] voltou."

Questionado sobre o custo da estadia da Força Nacional no Rio, o Ministério da Justiça não respondeu.


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