Folha de S. Paulo


Número de adolescentes grávidas no Brasil cai 17% entre 2004 e 2015

Andre Borges - 30.mar.2016/Agência Brasilia
Educação em saúde tem sido a principal política de prevenção à gravidez na adolescência

O número de bebês nascidos de mães adolescentes no Brasil teve uma queda de 17% entre 2004 e 2015. É o que mostra a Pesquisa Saúde Brasil, do Ministério da Saúde, divulgada nesta quarta (10), que leva em conta dados preliminares do Datasus.

O total de nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos caiu de 661.290 para 546.529 no período. Isso representa 18%, ou um em cada cinco, dos 3 milhões de nascidos vivos no país em 2015.

Apesar de o número absoluto ter diminuído, essa proporção variou pouco nos últimos anos, permanecendo em patamares bastante elevados, como mostrou reportagem da Folha em fevereiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, os bebês de mães jovens são perto de 6% do total (taxa que caiu 44% entre 2007 e 2015).

Índice de gravidez na adolescência no Brasil - Regiões com mais filhos de mães adolescentes

O estudo do Ministério da Saúde também aponta que 66% do total de mães adolescentes em 2015 não desejavam a gravidez. Mostra ainda que a tendência nesta faixa etária é de aumento nos partos normais –esse tipo de procedimento subiu de 55%, em 2013, para cerca de 70%, em 2014.

A pasta avalia que a redução das gestações precoces tem relação com políticas educativas e ações para o planejamento reprodutivo do governo. Uma das iniciativas, afirma, é a distribuição das Caderneta de Saúde de Adolescentes, com orientações a meninas e meninos.

Outra política de prevenção, segundo o ministério, é a distribuição de métodos contraceptivos além dos preservativos, como a pílula combinada e a minipílula (orais), a anticoncepção de emergência (pílula do dia seguinte), o anticoncepcional injetável mensal e trimestral (injeções de hormônio) e o diafragma (copinho intravaginal).

Recentemente, a pasta anunciou a oferta do DIU de cobre (dispositivo intrauterino), que pode durar até dez anos, em todas as maternidades brasileiras. Entre os métodos distribuídos pelo governo federal, no entanto, esse é o único de longa duração.

Existem ainda o DIU hormonal e o implante, um bastão de 4 cm que é colocado abaixo da pele, no braço, e dura três anos. Esses modelos são apontados por médicos como os mais eficazes para evitar a gravidez na adolescência. Foram alguns dos recursos que ajudaram os EUA a reduzir suas taxas, por exemplo.


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