Folha de S. Paulo


Após macas em corredor, hospitais de SP deverão rever salas de observação

Lucilene Oliveira/Folhapress
Pacientes lotam corredor do Hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo
Pacientes lotam corredor do Hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo

Após o jornal "Agora" revelar a permanência de dezenas de pacientes em macas nos corredores do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo (zona leste), a gestão do prefeito João Doria (PSDB), responsável pela unidade, decidiu fazer uma revisão na capacidade das salas de observação dos prontos-socorros de hospitais municipais.

O anúncio foi feito nesta terça (9) pelo secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, em entrevista coletiva sobre a doação de equipamentos de saúde para a prefeitura. Segundo Pollara, se for comprovada a necessidade, os espaços deverão ser ampliados.

"Hoje [terça] de manhã eu tive uma reunião com [diretores de] 11 hospitais para verificar qual é a capacidade das salas de observação e aumentar, se necessário", disse.

Pollara afirmou que atualmente a capacidade dessas salas é de 30 macas "confortavelmente alocadas", aproximadamente. Se a revisão confirmar a necessidade, a estrutura desses espaços deverá ser aumentada. Porém, ele não deu prazos.

O secretário ressaltou que a entrada desses pacientes é "flutuante" e a permanência nas salas de observação é "temporária", até que recebam o diagnóstico e sejam encaminhados para o tratamento adequado. "Isso não significa que o paciente deve esperar dez, 15 dias. Isso está errado", afirmou.

O "Agora" mostrou casos de pacientes com doenças graves, como tumor no cérebro, que aguardavam em macas no corredor por até nove dias.

O secretário explicou, ainda, que, na medicina, não é possível saber "quantos pacientes você vai atender". Porém, existe uma "flutuação" de pacientes que deve ser analisada pelo hospital para aumentar a estrutura, se necessário.


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