Folha de S. Paulo


Corredor de hospital da zona leste de São Paulo volta a ficar lotado

Regiane Soares/Folhapress
Pacientes aguardam em macas em corredor no hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo
Pacientes aguardam em macas em corredor no hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste de SP

Os corredores do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, voltaram a ficar com pacientes em macas aguardando vagas para internação.

O "Agora" esteve nesta segunda (8) na unidade e contou 27 doentes, tanto homens quanto mulheres, em observação nos chamados "leitos extras" da enfermaria.

Na última sexta (5), depois de o "Agora" revelar que 38 pacientes estavam nos corredores do hospital, a gestão Doria fez uma força-tarefa para retirar todos do local. Para isso, liberou leitos nos quartos dando alta a pacientes. Na ocasião, Doria disse que o problema "já foi resolvido" e que "não faz sentido ter pessoas em corredor de hospital público". O corredor havia sido liberado naquela noite.

Nesta segunda (8), o cenário era parecido ao da última quinta (4). Alas feminina e masculina da observação, além de outro corredor, com pacientes em macas, banheiros sujos, acompanhantes reclamando da falta de assistência e dizendo que precisam dormir embaixo das macas.

Funcionários da enfermagem tinham que desviar das macas para medicar e dar assistência aos pacientes. Sem suporte para pendurar a medicação, eles improvisaram e amarraram bolsas de soro em uma haste de uma janela.

A autônoma Eliane Barros de Carvalho, 34, é uma das pacientes que está desde sábado (6) em observação em uma maca no corredor. Ele está com pedra nos rins e disse que só soube do diagnóstico nesta segunda, depois que uma de suas irmãs fez uma reclamação na direção do hospital.

"Somente hoje [segunda] um médico veio aqui e disse que tenho que ficar internada. Mas não tem vaga. Então vou ficar esperando aqui, no corredor, até a dor passar", disse.

OUTRO LADO

A Secretaria Municipal da Saúde, sob a gestão João Doria (PSDB), disse em nota que o "aumento da demanda" no Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, em especial com casos de cirurgia, fez com que "muitos pacientes" aguardassem "em leitos de observação". A secretaria disse que "nenhum paciente fica desassistido" ou "recebe atendimento no corredor".

Sobre a paciente Eliane Barros de Carvalho, a secretaria disse que ela teve alta. Em relação à sujeira dos banheiros, disse que a direção do hospital aumentou a quantidade de "operações de limpeza" nos banheiros e em outras áreas da unidade.


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