O menino estudioso, que aprendeu a ler com apenas cinco anos, atualmente esperava ansioso pelo próximo 19 de maio. Ele já tinha sido eleito e agora estava pronto para assumir a presidência da Academia Cachoeirense de Letras.
Nascido e criado em Cachoeiro de Itapemirim (ES), Roney Moraes sempre gostou de estudar. Sabia tudo de português, história e política. Talvez por influência da mãe, que, como a maioria dos professores, andava sempre carregada de livros sob os braços.
A vontade de aprender levou o jovem às faculdades de letras, teologia e psicanálise. Também já fazia planos para retomar o curso de assistência social, que largou antes da conclusão, há alguns anos.
No trabalho, começou a carreira como jornalista. Escreveu sobre assuntos variado em jornais da região. Mas com o passar dos anos acumulou ainda aulas que dava numa faculdade local e projetos de psicanálise, como o que desenvolvia atualmente para a recuperação de dependentes químicos na cidade capixaba de Mimoso do Sul.
Mesmo durante as madrugadas, lá estava Roney escrevendo para a coluna semanal que mantinha no jornal "Espírito Santo de Fato".
Apesar dos incontáveis afazeres, estava sempre alegre, disposto e pronto para uma festa ou para suas aulas de judô –estava na faixa roxa.
A saúde, no entanto, acabou reclamando. Roney, que já tinha tido um infarto aos 24 anos, teve um fulminante no dia 28. Morreu aos 40, apenas alguns dias antes de se tornar o mais jovem presidente da academia de letras de Cachoeiro de Itapemirim. Deixa a mulher, a mãe e três irmãos.
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