Folha de S. Paulo


Creuza de Oliveira (1933-2017)

Mortes: Cantou a palavra de Deus nas praças do Recife

Coque no cabelo, violão nas mãos, um microfone. Era assim que Creuza de Oliveira atraia as pessoas à movimentada praça da Independência, também conhecida como praça do Diário, no centro do Recife. Em algumas ocasiões, era acompanhada de outro violeiro, em outras ganhava até percussão, mas o que não mudava era a inspiração para suas letras: sempre religiosas.

Filha de artistas de circo, Creuza passou os primeiros anos de vida meio nômade. Viajava pra cima e pra baixo, se apresentando com a família, já arriscando no violão. "Aprendeu sozinha", conta a filha, também chamada Creuza, com orgulho. Ainda criança, ela dedilhava cavaquinho, violão e guitarra. A técnica era de olho, de tanto observar os pais e os irmãos tocando.

A família assentou, quando ela tinha cinco anos, na capital pernambucana, mas o gosto pela música e pelas apresentações a levaram ainda adolescente para a Rádio Difusora de Limoeiro (PE). Fazia anúncios, tocava seu cavaquinho, cantava Pixinguinha.

A dedicação à religião aconteceu mais tarde, já por volta dos 40. Creuza seguia para casa, quando foi abordada por um homem na rua. Impressionou-se com as palavras dele e iniciou seu trabalho voltado ao Evangelho.

Vendeu a casa para gravar o primeiro de seus dez CD e sete DVDs. As apresentações aconteciam nas praças e igrejas, não apenas do Recife. Creuza cantou em São Paulo, Rio de Janeiro e na Bolívia.

Parou de cantar apenas em 2004, quando sofreu o primeiro AVC. Morreu em 30 de março após o terceiro AVC e complicações renais. Deixa cinco filhos, sete netos e uma irmã.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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