Folha de S. Paulo


Gerson Rodrigues do Nascimento (1965-2017)

Mortes: O boêmio que amava os animais selvagens

Luiz Pires/Zoo Bauru
Gerson Rodrigues do Nascimento (1965-2017)
Gerson Rodrigues do Nascimento (1965-2017)

"Tá gorda hein, Raquel?", brinca Gerson com uma macaca, em vídeo postado no seu perfil em uma rede social.

Gerson Rodrigues do Nascimento, o Carioca, dizia que sofria bullying na infância por chamar os bichos pela sua nomenclatura científica. "Achavam que eu era meio louco", disse, por aos 11 anos ter animais selvagens como jacarés, cobras e tartarugas.

"Eu nasci amando os animais. Mas sempre tive paixão pelos animais selvagens", declarou em 2015, em entrevista à TV Câmara de Bauru (a 329 km de São Paulo), cidade onde era biólogo do zoológico há 18 anos –e responsável pelo manejo dos animais há cinco.

Filho de militar em uma família de ascendência portuguesa, Gerson nasceu no Rio, mas morou em diversas cidades do país, devido à carreira do pai.

O especialista em répteis era também um sujeito boêmio. Amante do rock nacional, chegou a ter uma banda e se apresentar nos barzinhos da noite bauruense.

Segundo o diretor do zoológico de Bauru, Luiz Pires, Carioca era uma atração nos congressos e eventos do meio. "Todo mundo se acercava dele, pois sabia que a noite ia esticar."

Nos últimos anos, o gosto por trilhas o levou a comprar um jipe, outra paixão, e entrar para o Jeep Clube Bauru.

Era um figura tão popular na cidade que, após a sua morte, um numeroso cortejo prestou homenagem, passando em frente ao zoológico e se despedindo do veículo que o levou de volta ao Rio.

Morreu aos 51, baleado no peito por um vizinho, após um desentendimento. Deixa o pai e dois irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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