Folha de S. Paulo


João Behisnelian (1935-2017)

Mortes: Calçadista que não perdia oportunidades

Arquivo Pessoal
O calçadista João Behisnelian (1935-2017)
O calçadista João Behisnelian (1935-2017)

João Behisnelian começou a trabalhar cedo. Aos nove anos, saía de bicicleta transportando sacas de café na cidade portuária de Santos. Quando a família se mudou para São Paulo e abriu um pequeno açougue, ele entregava os cortes de carne em restaurantes e padarias, recebia pagamentos e registrava novos pedidos em sua cadernetinha.

Assim como o pai, George Behisnelian, que chegou ao Brasil em 1915 fugindo do genocídio armênio, aprendeu a fazer negócios na "escola da vida", conta seu filho Sérgio.

Aos 18, decidiu entrar no ramo de calçados, tradicional na comunidade armênia e, com os irmãos, montou sua primeira fábrica. Em 1966, um importador cancelou uma encomenda grande e, para salvar a produção, João abriu uma loja na praça da Sé.

"Era um pedido de sapatos do tipo plataforma que, por sorte, estavam sendo muito usados pelo cantor Tony Tornado. Abrimos a loja e, sem fazer nada [de promoção], vendemos tudo", diz Sérgio.

A experiência no varejo foi decisiva para que João vendesse a fábrica e fundasse a Besni, rede de moda que tem hoje 35 lojas no Estado de São Paulo. "Era um homem de garra, não perdia oportunidades".

Além do trabalho, João gostava de viajar, ler e jogar gamão. Segundo Sérgio, o pai sempre se lembrava com gratidão dos amigos que o ajudaram a crescer profissionalmente. Contava aos filhos histórias de fornecedores, banqueiros e amigos do setor de calçados, sem esquecer da mulher, Madalena.

Morreu aos 81, em 1º de abril, após sofrer um infarto. Deixa os filhos George, Sérgio e João Carlos e nove netos.

Arquivo Pessoal
João Behisnelian (1935-2017)
João Behisnelian (1935-2017)

-

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: