Folha de S. Paulo


Wolgrand de Melo Falcão (1971-2017)

Mortes: Montanhista rebelde sempre fora dos padrões

Arquivo Pessoal
Wolgrand de Melo Falcão (1971-2017)
O montanhista Wolgrand de Melo Falcão (1971-2017)

Quando os policiais abordaram um grupo de adolescentes com camisetas pretas de bandas de heavy metal em uma praça de João Pessoa, um deles disse a um rapaz que acabara de revistar: "Não gosto de homem cabeludo".

A resposta veio na lata: "Eu não gosto de homem de jeito nenhum". A audácia de responder à autoridade rendeu algumas bofetadas a Wolgrand de Melo Falcão, o Vulquinha, naquele que é um dos momentos mais lembrados pelos amigos.

Da época rebelde e metaleira, manteve os cabelos longos e o impulso de fugir dos padrões da sociedade.

O escalador não tinha perfis nas redes sociais –estava desconectado do mundo virtual. "Quem quiser falar comigo que me ligue", dizia. O desprendimento a uma vida material fez com que encontrasse no montanhismo uma forma de estar mais próximo da natureza. Era também um adepto do ciclismo e apaixonado por animais.

Vulquinha era um montanhista experiente –atuava como instrutor do esporte na capital paraibana, onde nasceu e se criou. Antes disso, trabalhou como diagramador em um jornal da cidade, "O Norte".

Durante uma escalada no último dia 15 na Pedra do Oratório, no Rio Grande do Norte, sofreu uma queda de uma altura de 25 metros. Amigos que o acompanhavam na escalada disseram que ele caiu justo no momento em que recolhia as cordas.

Morreu em decorrência da queda, por fraturas múltiplas e hemorragia interna. Dois dias antes, completou 46 anos. Deixa a mãe, duas irmãs, e a filha Yasmin.

Arquivo Pessoal
Wolgrand de Melo Falcão (1971-2017
Wolgrand de Melo Falcão (1971-2017)

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