O vereador Adilson Amadeu (PTB) afirmou nesta quarta-feira (26) que deixará a base do prefeito João Doria (PSDB). O petebista vinha até agora votando favoravelmente a iniciativas do prefeito.
Interlocutor dos taxistas na Casa, Amadeu se irritou com a decisão do tucano de fazer um um acordo com o Uber e a 99 para que as duas empresas transportem de graça, na sexta (28), servidores que decidirem não entrar em greve. A medida foi antecipada pela coluna Mônica Bergamo.
As duas empresas vão fazer uma doação à prefeitura, segundo Doria. Ou seja, vão reembolsar os motoristas credenciados que transportarem os funcionários sem cobrar nada da administração. O prefeito já afirmou que cortará o ponto dos empregados que não aparecerem para trabalhar.
Fabio Braga - 09.set.15/Folhapress | ||
Vereador Adilson Amadeu (PTB), que anunciou saída da base de Doria, em comemoração com taxistas |
Em entrevista à Folha, Amadeu disse que caso o prefeito não volte atrás no acordo com os aplicativos, irá ao Ministério Público para questionar a medida.
"A Uber é uma empresa que atua na cidade sempre por meio de liminar. Como ele [Doria] fecha um acordo de doação com essas empresas desse jeito? Além do mais, ele vai abrir o cadastro dos mais de 100 mil servidores para a Uber? Como se dará esse reembolso, de que maneira? Ele não explica", afirmou.
Segundo Amadeu, a decisão é individual. Ou seja, seu colega de partido, Paulo Frange, não deve mudar sua posição na Casa. "Mas, no meu caso, se ele [Doria] não mudar de ideia, perdeu um [vereador da base].
O tucano conta com maioria no Legislativo. A eventual saída de Amadeu, porém, pode fazer com que Doria tenha voz contrária barulhenta na Câmara.
O prefeito tem demonstrado apoio incondicional aos aplicativos, o que irrita Amadeu. Na gestão Fernando Haddad (PT), o petebista não só se opôs a regulamentação dos aplicativos de transporte individual como apoiou manifestações de taxistas que travaram o centro da cidade.