Folha de S. Paulo


PM afasta 4 suspeitos de espancar e matar adolescente na zona sul de SP

Reprodução/Arquivo Pessoal
Adolescente estava em coma após suposta agressão de PMs na Zona Sul de SP
Adolescente estava em coma após suposta agressão de PMs na Zona Sul de SP

A Polícia Militar afastou do serviço operacional quatro policiais acusados de espancar, com o cabo de uma enxada, Gabriel Alberto Tadeu Paiva, 16 anos, durante uma ação contra um pancadão em Cidade Ademar (zona sul), no último domingo. O rapaz ficou internado, em coma, por cinco dias e morreu anteontem devido a um coágulo no cérebro.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), sob gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), os policiais militares, do 22º Batalhão da Polícia Militar, serão investigados pelo suposto espancamento do estudante. Os nomes deles não foram divulgados.

Paiva foi agredido após um baile funk de rua com cerca de 50 pessoas, no domingo. A PM foi chamada por vizinhos e, durante confusão, o estudante ficou ferido gravemente na cabeça. Familiares acusam a PM, ainda, de não socorrer o adolescente.

Ele ficou internado em coma na UTI do Hospital Geral de Pedreira (zona sul), por quatro dias. Na última quinta-feira, foi transferido para o Hospital Regional Sul, na mesma região. Morreu horas depois, às 20h30. A Corregedoria da PM acompanha as investigações.

PROTESTO

A mãe da vítima, Zilda de Paiva, 46 anos, afirma que vai cobrar Justiça. "Havia testemunhas e a intenção dos policiais era clara: matar meu filho", afirmou.

O irmão do jovem morto, Roger Paiva, afirmou, na porta do IML (Instituto Médico Legal), que Gabriel foi agredido enquanto encontrava amigos na rua. "Os caras [PMs] tinham fama de chegar batendo. Ninguém fica parado", disse Roger, ontem, aos prantos, na porta do IML, em entrevista ao "SPTV", da Globo.

Na noite de anteontem, parentes e amigos do estudante fizeram um protesto no bairro. Gabriel foi enterrado ontem no Cemitério Municipal Campo Grande (zona sul).


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