Folha de S. Paulo


Idal Feferbaum (1936-2017)

Mortes: Arquiteto, aprendeu a tocar violão aos 80

Reprodução/Facebook
Idal Feferbaum (1936-2017)
Idal Feferbaum (1936-2017)

Quando Idal Feferbaum contou ao pai, imigrante polonês radicado no Brasil, que queria estudar arquitetura e urbanismo, de cara a notícia não foi bem recebida. Se o filho se interessava tanto por construção, por que não estudar engenharia?

Mas Idal cresceu com a fundação do Estado de Israel e acompanhou a construção de Brasília, de modo que foi "contaminado" pelo interesse pelo estudo das cidades, conta a mulher, Maria Helena.

Segundo de três filhos de imigrantes poloneses, Idal cresceu em meio à comunidade judaica no Bom Retiro, em São Paulo, onde nasceu.

Trabalhou em escritórios no Brasil e em Israel, depois de formado, e chegou a ter o seu próprio, onde projetou casas e edifícios. Desde meados dos anos 1980, no entanto trabalhava como perito.

Muito ativo, se preocupava com todas as fases das obras em que participava, da concepção à entrega. Dizia que as pessoas planejavam as coisas de seus gabinetes e não iam ver como funcionavam na prática -não só em relação a obras, mas também sobre políticas públicas.

Rodou o mundo e, aonde ia, observava como as cidades superavam seus conflitos –considerava Barcelona exemplo de soluções eficientes, desde a coleta de lixo até a mobilidade urbana.

Resolveu, aos 80, aprender a tocar violão. Planejava visitar uma filha nos Estados Unidos em maio e voltar a Israel, em outubro.

Mas teve os planos interrompidos por uma parada cardíaca e morreu no último dia 6, em São Paulo, deixando a mulher, quatro filhas, uma enteada e seis netos.


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