Wilson Luís Branco Martins deixou centenas de amigos, mas ninguém sabia seu nome –era conhecido por Lula, apelido de infância.
Jornalista, fez carreira na imprensa carioca, em veículos como "Veja Rio", "O Globo" e "Jornal do Brasil". Não importava a ocasião, resolvia tudo na brincadeira. Carregava consigo violão e cartazes coloridos quando precisava convencer os chefes a aceitarem suas pautas inusitadas –como acompanhar um tomate, do plantio até a venda, para explicar o que era inflação.
Aos 42, resolveu seguir os passos da mãe, professora, e foi dar aulas na PUC-Rio, levando a irreverência para a universidade católica: vestia-se de monge e transformava a aula inaugural em missa.
Adorava presentear os amigos, mas não se contentava em comprar os objetos –costumava criá-los ele mesmo.
"Quando completamos dois meses de namoro, ele me deu um tabuleiro no estilo do 'Jogo da Vida'. As casas e cartas representavam nossos momentos juntos", diz Amanda Barros, com quem foi casado por nove anos.
Tinha paixão por música –além de violão, tocava surdo e piano. Era compositor e chegou a disputar o concurso de samba-enredo na Unidos da Tijuca. Organizava em sua casa havia 18 anos o "Dia Beatle", reunião de fãs do quarteto inglês, com direito a palestras e gincanas.
Aos 39, tornou-se diabético. Sempre focado no trabalho, cuidava pouco da saúde –único motivo de broncas da família e de amigos.
Não resistiu a um acidente vascular cerebral e morreu no último dia 26, aos 53, deixando os pais e uma irmã.
| Reprodução/Facebook | ||
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| Wilson Luís Branco Martins (1964-2017) |
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