Folha de S. Paulo


Grafiteiro visita Beco do Batman após ter obra apagada por morador; assista

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O aposentado João Batista da Silva, 70, recebeu a visita do grafiteiro Binho Ribeiro, na tarde desta terça-feira (11), e voltou a afirmar que não é contra as pinturas que tomavam o muro de sua casa até o início da semana. "Se não gostasse, não teria grafite por mais de 20 anos na minha parede", afirma.

O encontro aconteceu após Silva apagar os grafites do muro de sua casa na galeria de grafite a céu aberto, conhecida como Beco do Batman, na Vila Madalena, zona oeste de SP. Segundo ele, o problema é a falta de respeito de alguns grafiteiros, a falta de segurança no beco e a falta de limpeza do lixo que se acumula no local.

"Independente da questão pessoal, de ter tido uma obra apagada, acho muito legítima a causa. Acho que existem vários problemas que são também, de certa forma, causados pela visitação, pelo convite que o grafite faz as pessoas para virem aqui", afirmou Ribeiro, que, segundo Silva, foi o primeiro a grafitar no local.

"Acho que é hora da prefeitura assumir esse espaço como uma coisa da cidade. O grafite não pode mais ser tratado como um filho bastardo da prefeitura ou da sociedade. Está na hora de a gente entender como isso pode acontecer de uma forma melhor. Não só para os artistas, mas principalmente para o moradores", completa o grafiteiro.

Após a polêmica em torno do muro cinza de Silva, que lhe rendeu até comparações com o prefeito João Doria (PSDB), o aposentado chamou Ribeiro para fazer uma nova intervenção na parede, que deve começar a ser feita na quinta (13) em colaboração com outros grafiteiros.


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