Folha de S. Paulo


Funcionários da CPTM decidem voltar ao trabalho após pararem trens em SP

Ricardo Guimarães/Futura Press/Folhapress
Com paralisação, passageiros formam longas filas para pegar ônibus na frente da estação Francisco Morato
Com paralisação, passageiros formam longas filas para pegar ônibus na estação Francisco Morato

Funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram voltar ao trabalho no final da tarde desta terça-feira (11) após uma paralisação iniciada ainda na madrugada. A circulação de trens foi normalizada no início da noite.

Antes dos funcionários voltarem para seus postos de trabalhos, a linha 10-turquesa, que liga o Brás até a cidade de Rio Grande da Serra, ficou parada, enquanto a linha 7-rubi, que liga a região central de São Paulo a Jundiaí, operou apenas parcialmente.

Na maior parte do dia, as operações na linha 7-rubi aconteceu apenas entre as estações Palmeiras/Barra Funda a Francisco Morato e com maiores intervalos. Entre as estações Francisco Morato e Jundiaí o tráfego era feito pelo Paese, que disponibilizou ônibus. Da Palmeiras/Barra Funda até a Luz, o passageiro deveria ir de metrô –a integração não estava sendo cobrada.

As demais linhas não tiveram alteração já que os sindicados dos trabalhadores ferroviários da Zona Sorocabana e da Zona Central do Brasil optaram por aceitar a proposta da CPTM em assembleias realizadas na segunda. Apenas funcionários ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo decidiram parar.

Segundo a categoria, foi fechado um acordo com a companhia de trens de São Paulo em setembro do ano passado para que o pagamento do PPR (Programa de Participação de Resultados) acontecesse em 31 de março deste ano. O valor, porém, não foi pago integralmente.

A CPTM afirmou que propôs o pagamento da segunda parcela em junho. Inicialmente, seria em 30 de junho, mas durante negociações acabou antecipado para 16 de junho, além de ser incorporada a correção monetária desses dois meses.

Mesmo com a retomada das atividades, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, Eluís Alves de Matos, afirma que recorrerá à Justiça contra o descumprimento do acordo assinado no ano passado. "A CPTM não honrou o que estava combinado", afirma.

Na noite de segunda, a CPTM afirmou que "considera irresponsável" a decisão do sindicato de paralisar.

"A companhia lamenta a decisão arbitrária e espera que os empregados das linhas 7 e 10 atuem com bom senso, considerando a responsabilidade de garantir a prestação de serviço aos quase 780 mil usuários que utilizam diariamente os trens a para chegar ao trabalho, a escola, ao médico, a rede hospitalar, entre outros inúmeros compromissos assumidos", afirmou.

Na próxima semana, a categoria deve voltar a mesa de negociações com representantes da CPTM para discutir o reajuste salarial deste ano. Segundo Matos, a categoria pede a correção da inflação e mais 5% de aumento real.


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