Folha de S. Paulo


Destino de Doria, Seul prega 30 km/h, pedágio urbano e restrição a carros

Alencar Izidoro/Folhapress
Em Seul, sinalização com limite de velocidade de 30 km/h em área residencial é ostensiva
Em Seul, sinalização com limite de velocidade de 30 km/h em área residencial é ostensiva

Para reduzir acidentes de trânsito, a velocidade máxima permitida em todas as zonas residenciais da cidade será de 30 km/h.

Os motoristas pagarão um tipo de pedágio urbano de acordo com as distâncias percorridas. Estacionar será uma tarefa cada vez mais complexa. Serão construídos grandes prédios sem nenhuma vaga para carros. E quem quiser adquirir um automóvel terá que comprovar a compra de um espaço privado para deixá-lo guardado –já que na via pública será proibido.

Essas são algumas das metas para 2030 definidas pelo governo metropolitano de Seul, região que será visitada pelo prefeito de SP, João Doria (PSDB), nesta semana.

Diretrizes desse tipo –de restrição ao uso do carro e proteção a pedestres– têm a defesa majoritária de especialistas mundo afora, até mesmo devido à incapacidade de expandir a malha viária para a maioria da população se deslocar de automóvel.

Em São Paulo, a prefeitura expandiu nos últimos anos as chamadas "áreas 40", com sinalização de 40 km/h, em vias arteriais com grande volume de pedestres. Na Lapa (zona oeste), adotou até uma "área 30". Mas, diante da impopularidade, esse tipo de ação acabou sendo deixada de lado no decorrer do ano eleitoral de 2016 pela gestão Fernando Haddad (PT).

Pelo Código de Trânsito Brasileiro, vias locais, de pequeno porte, já teriam esse limite de 30 km/h, mas, na prática, não costuma haver sinalização nem fiscalização.

Na capital paulista, Doria atenuou nos últimos meses os efeitos dos limites de velocidade como causa de acidentes de trânsito, principalmente para justificar a elevação das máximas para até 90 km/h nas marginais Pinheiros e Tietê. A gestão, porém, não defendeu mudanças fora dessas vias expressas.

Em Seul, a máxima de 30 km/h que irá se espalhar já é frequente tanto em áreas residenciais como comerciais. A sinalização ostensiva chama atenção: não só com placas, mas com pintura no asfalto.

Um tipo de pedágio urbano foi implantado desde 1996, em um túnel estratégico da capital sul-coreana.

Além disso, há uma política de incentivos para quem aceita deixar seu carro na garagem em algum dia útil da semana. Trata-se de um tipo de rodízio voluntário: quem adere tem a circulação controlada por chip e, como contrapartida, ganha descontos em taxas, combustível, lavagem.


Endereço da página: