Os primeiros raios de sol da manhã de 2 de julho de 1944 ainda apareciam quando Mario Raphael Vannutelli deixou o Rio de Janeiro a bordo do navio General Mann em direção a Nápoles, na Itália. Não porque ia visitar a família -era filho de imigrantes italianos- ou coisa parecida, mas para representar o Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Vannutelli e mais 5.000 pessoas faziam parte do primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira enviado para a Europa -ao todo, foram 25 mil combatentes.Nascido em São Paulo, mudou-se para o Rio de Janeirro ainda na infância e entrou em 1941 para a artilharia do Exército, onde trabalhava com obuses, armamento lançador de granadas semelhante a um canhão ou morteiro.
Só teve um irmão, Antonio, que também foi enviado à Europa, no escalão seguinte.
O momento mais marcante foi em abril de 1945, dizia ele, foi já no fim da Guerra, quando capturaram oficiais alemães e italianos no vale do rio Pó, no norte do país, num processo que culminou na rendição de mais de 15 mil soldados inimigos.
Findo o conflito e de volta ao Brasil, Mario seguiu carreira nas Forças Armadas, servindo no Rio, Santa Catarina e Paraná, chegando a tenente-coronel, e aposentou-se como militar em 1966.
Depois, trabalhou como funcionário público em Brasília e atuou em associações de veteranos da Guerra.
Morreu na última quarta-feira (5), aos 98. Deixa um filho, Roberto, e duas netas. A missa de sétimo dia acontece na próxima segunda-feira (10), às 19h30, no Oratório do Soldado, em Brasília.
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| Mario Raphael Vannutelli (1918-2017) |
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