Folha de S. Paulo


Rodrigo Monteiro Lobato (1938-2017)

Mortes: O elegante herdeiro da fantasia de Monteiro Lobato

Um dos livros preferidos de Rodrigo na infância era "Caçadas de Pedrinho". Nada de estranho, sobretudo para uma criança que cresceu nos anos 1940. Não fosse o sobrenome do menino ser o mesmo do autor: Monteiro Lobato.

Rodrigo Monteiro Lobato é neto do famoso escritor. Embora não tenha convivido de perto com o avô, que morreu quando o menino tinha dez anos, passou uma vida rodeado por suas histórias –era um dos detentores dos direitos de sua obra.

Rodrigo cresceu numa chácara em Tremembé, no interior de São Paulo, para onde mudou-se novo, com o pai, que foi tratar de uma tuberculose –e que morreu quando ele tinha apenas 4 anos. Na chácara, foi educado por professores particulares e desde novo desenvolveu apreço pelo mundo artístico.

"Teve uma educação de príncipe. Era elegante, educado e falava muitas línguas", conta Marlene de Litz, com quem se casaria anos depois. De volta a São Paulo, onde nasceu, estudou na juventude teatro, pintura e fotografia e trabalhou como marchand (comerciante de arte).

Tinha apreço especial por música (jazz era seu ritmo preferido) e cinema (gostava de filmes como "O Poderoso Chefão" e "Era uma Vez no Oeste"), afirma Marlene. Com ela, ficou casado por dez anos e teve dois filhos. Mesmo divorciados, mantiveram uma relação intensa de amizade e chegaram a morar juntos por cinco anos, diz.

Não resistiu a uma leucemia que descobriu em dezembro e morreu no domingo (26), aos 78, deixando dois filhos, Ricardo e Paula, além de quatro netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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