Folha de S. Paulo


Sob gritos de caloteiro, Doria diz que plano de metas é 'menor' e 'melhor'

André Bueno/CMSP
Sao Paulo,SP,Brasil 30.03.2017 Prefeito Joao Doria entrega o Plano de Metas Foto: André Bueno / CMSP ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Doria sendo vaiado no plenário da Câmara Municipal, durante apresentação do plano de metas

Sob gritos de "caloteiro" na Câmara Municipal, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou nesta quinta-feira (30) um plano de metas que definiu como de "menor quantidade" e "maior qualidade".

Ele foi até a Câmara entregar o plano, no último dia do prazo definido por lei municipal.

No plenário da Casa, professores municipais que protestavam contra a criação de um plano de previdência para a categoria vaiaram e xingaram Doria. Uma dívida de IPTU de R$ 91 mil do prefeito, que era questionada judicialmente, virou motivo para as críticas.

Doria fez um discurso curto, de quatro minutos, citando as audiências que serão realizadas e explicando o novo formato do plano. A proposta tem 50 metas, contra 123 da gestão anterior de Fernando Haddad (PT).

"O programa de metas não precisa necessariamente ser grande, precisa ser eficiente", disse.

Ele citou exemplos de cidades com planos com poucas metas. "Identificamos algumas cidades do mundo onde as metas são cumpridas. Vancouver tem 48 metas, Melbourne tem 41 metas", disse.

O tucano saiu da Câmara sem falar com a imprensa.

O secretário municipal de Gestão, Paulo Uebel, afirmou que as metas são "de alto impacto" e "que transformam a sociedade".

Além de menor, o plano de Doria tem metas mais difíceis de se fiscalizar, por não dar dados numéricos. Alguns dos objetivos exigem que se faça cálculos bastante complexos para se saber o índice de cumprimento.

Uebel afirma que a sociedade poderá acompanhar o plano por meio dos 69 projetos e mais de 450 linhas de ação. "Em cada uma das linhas de ação, você tem ações específicas que vão ser realizadas, que podem ser monitoradas".

O documento com 157 páginas que contem essas linhas de ação, no entanto, tem vários pontos vagos. Fala em criar corredores de ônibus, mas não estabelece qualquer quilometragem a ser atingida ou detalha quais corredores serão feitos.

Em outros pontos, o plano de Doria é pouco ambicioso em relação a entrega de equipamentos público. Por exemplo, uma das chamadas linhas de ação é entregar seis UBSs –Haddad deixou 15 em obras, o que facilitará a tarefa do tucano.

O secretariado de Doria não soube informar o custo do plano de metas. Antecessor de Doria, Haddad estimou seu plano em R$ 24 bilhões, mas viu várias das suas metas paradas devido à falta de repasses federais.

Diferentemente de Haddad e Gilberto Kassab (PSD), que estabeleceram índices de cumprimento parcial das metas, Uebel diz que esse plano só permite o cumprimento total de cada um dos objetivos.


Endereço da página:

Links no texto: