Folha de S. Paulo


Procurador e promotor são baleados dentro do Ministério Público em Natal

Reprodução
Movimentação de suspeito de atirar contra promotores dentro do Ministério Público em Natal
Movimentação de suspeito de atirar contra promotores dentro do Ministério Público em Natal

O procurador-geral adjunto do Ministério Público do Rio Grande do Norte Jovino Pereira e o promotor de Justiça Wendell Beetoven foram baleados na manhã desta sexta-feira (24) dentro da sede do órgão, em Natal (RN).

Segundo a Polícia Militar, o responsável pelo atentado foi identificado como Guilherme Wanderley Lopes da Silva, 44, servidor do própria Promotoria. O procurador Jovino foi atingido duas vezes no abdômen, e Beetoven, baleado nas costas. Os dois foram levados para o Hospital Walfredo Gurgel, o maior do Estado, passaram por cirurgias e o quadro deles é considerado estável, segundo a assessoria do órgão, sem mais detalhes.

O atirador teria invadido uma reunião que ocorria no segundo andar do prédio, exatamente na sala do procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis. O crime ocorreu por volta das 11h30.

Segundo o procurador-geral, que também participava da reunião, ele seria um dos alvos. "O Guilherme entrou na sala sem ser anunciado. Jogou uns papéis na minha mesa e disse apenas: 'É isso o que vocês merecem'. Foi quando alertei aos demais promotores que ele estava armado", disse o procurador, em entrevista coletiva no fim da tarde.

Rinaldo conta que Beetoven foi atingido sem chance de reação, pois estava de costas quando o atirador entrou na sala. Depois, o suspeito iniciou uma perseguição atrás de Jovino Pereira e do próprio Rinaldo. "Ainda vi quando ele atirou duas vezes, a sangue frio no Jovino", disse Rinaldo.

O procurador acrescentou que o órgão não tem nenhum registro negativo do servidor, que faz parte do órgão "há vários anos". Também negou a existência de processos administrativos contra o suspeito ou qualquer ato que pudesse justificar o fato. Rinaldo disse ainda que, nos papéis jogados pelo atirador em sua mesa, teria cobranças pelo direito dos servidores de votar para a escolha do Procurador-Geral.

Após os disparos, o suspeito conseguiu escapar da segurança e fugiu. A PM continua em sua busca.


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