O hobbie do economista José Alberto Bassi era a discussão política. Cada almoço era um debate. Aproveitava o tempo livre para assistir às TVs Senado e Câmara e ler os principais jornais do país.
"Ele era um computador. Sabia de tudo, da economia dos Estados Unidos à agricultura da China. Falava sobre isso 24 horas por dia", conta sua mulher, Elisete.
Bassi deixou Jaboticabal (SP), onde gabava-se de ter sido craque de um time de futebol local, ainda durante a juventude para estudar economia em São Paulo.
Arquivo Pessoal | ||
José Alberto Bassi (1946-2017) |
Começou a carreira na Condasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de SP) e trabalhou lá por 28 anos. Próximo de Orestes Quércia, ouviu um burburinho de que o governo planejava fechar a empresa e resolveu pedir que o governador mudasse de ideia. Resultado: acabou nomeado diretor, cargo que ocupou por oito anos na companhia que existe até hoje.
Foi lá que conheceu Elisete, mãe de seus filhos e sua companheira por 44 anos.
Militou por mais de 30 anos pelo PMDB. Foi vice-presidente da Fundação Ulysses Guimarães, época em que se empenhou para organizar cursos de formação política e cidadã para jovens.
Nunca se candidatou, diz a mulher, porque preferia ficar de fora dos holofotes.
No enterro do marido, Elisete conta que viu uma série de pessoas desconhecidas: "Muita gente que eu nunca tinha visto veio agradecer por alguma ajuda que ele deu."
Morreu no último dia 15, aos 70 anos, vítima de um infarto enquanto dormia. Deixa a mulher, os filhos, Lydia e Gustavo, e um neto, Arthur.
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