A vida do estatístico carioca Osvaldo Russo de Azevedo ia muito além dos números: sua biografia é marcada pela militância por inclusão social e reforma agrária.
Formado pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE, deixou o Rio de Janeiro, sua cidade natal, ainda na década de 1980 para se consolidar na carreira política em Brasília.
Lá, dedicou boa parte da vida ao Partido Comunista Brasileiro –pelo qual militava desde a ditadura– e ao PT.
Ocupou diferentes cargos na administração pública: foi secretário de Inclusão Educacional do Ministério da Educação, nos governos do ex-presidente Lula, e secretário de Assistência Social.
Antes, foi ainda presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), entre 1992 e 1995, e comandou secretarias do governo do Distrito Federal.
Fora da vida pública, é lembrado como bem-humorado. Torcedor fanático do América do Rio de Janeiro, gostava de reunir os amigos para beber chopp e ouvir samba, e recebia em casa líderes de movimentos sem-terra.
"Poucas mulheres foram tão amadas quanto eu", conta a mulher, Sandra, com quem foi casado por 51 anos.
Passava horas escrevendo artigos e lançou o primeiro livro em 2014, "Agenda Social: Enfrentando Desigualdades".
O segundo, sobre reforma agrária, já estava pronto, mas não teve tempo de publicá-lo. Morreu no último dia 7, aos 68, após complicações de uma cirurgia cardíaca. Deixa a mulher, dois filhos e uma neta.
A família prepara para os próximos meses o lançamento da obra póstuma.
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