Folha de S. Paulo


José Aldo Ivo (1932-2017)

Mortes: Jornalista que fez escola na crônica esportiva de Alagoas

Era 1976 e o Botafogo ia jogar em Maceió. Torcedor fanático do clube carioca, o então governador Divaldo Suruagy recebeu uma bandeira do time autografada. Pouco titubeou. Chamou o jornalista José Aldo Ivo e lhe disse: "Só conheço uma pessoa mais botafoguense que eu", dando-lhe de presente o artefato.

Apesar da predileção declarada pelo Botafogo, nem os cinco filhos de Aldo Ivo sabiam se ele torcia para o CRB ou CSA, times locais, segredo que mantinha a sete chaves.

Pioneiro do jornalismo esportivo alagoano, Aldo Ivo começou o ofício ainda na adolescência e fez carreira na crônica esportiva no hoje extinto "Jornal de Alagoas".

Viu a necessidade de profissionalização do jornalismo no Estado e ajudou a fundar o curso de Comunicação Social na Ufal (federal alagoana).

Foi presidente do sindicato dos jornalistas e, com bom trânsito em diferentes setores da sociedade, atuou pela liberação de presos políticos durante a ditadura militar.

A filha Laudicéa se lembra da memória impecável do pai. Gostava de contar histórias da cidade e costumava se recordar da vez que foi surpreendido por um tiroteio na Assembleia Legislativa de Alagoas, em 1957, durante votação do impeachment do governador Muniz Falcão.

Analógico, só deixou a máquina de escrever de lado há três anos, por problemas de saúde –ultimamente escrevia sobre turismo no jornal "Tribuna do Sertão".

Morreu na segunda (6), aos 84, por insuficiência cardíaca. Deixa cinco filhos, 11 netos e seis bisnetos. A bandeira autografada do Botafogo envolveu seu caixão.

A missa de sétimo dia acontece neste sábado (11), às 18h, na Igreja dos Frades Capuchinhos, no Farol, em Maceió.

Sindjornal/Divulgação
José Aldo Ivo (1932-2017)
José Aldo Ivo (1932-2017)

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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