Folha de S. Paulo


José Carlos Lopes Legname (1953-2017)

Mortes: Engenheiro que se rendeu ao seu lado artístico

Era só ganhar um presente novo que Zé Carlos, ainda pequeno, desmontava tudo. Levava horas, às vezes dias, para juntar os pedaços novamente, mas ele conseguia.

O jeito curioso e o gosto por construções acabaram levando o menino à faculdade de engenharia. Formou-se e foi logo trabalhar na Telesp, onde ficou por mais de 20 anos.

Nas horas vagas, o alegre e risonho Zé Carlos se rendia a outra paixão: a música. Coisa dos pais, que incentivavam os filhos à arte desde pequenos. O pai advogado dava o exemplo cantando ópera e a mãe, pedagoga, desenhando.

Quando Zé Carlos deixava o capacete de obras, se equipava com a guitarra. Mantinha o Artium Studios no Cambuci, centro da capital paulista, e tocava numa banda. Tudo com a participação da família, sociedade com os irmãos, companhia do primo.

Foi só no final da década de 1990 que Zé Carlos deixou a Telesp e assumiu de vez o estúdio. Um centro cultural com gravação de músicas, aulas de pintura, fotografia e dança.

Com o hobby virando profissão, ele fez dos assuntos místicos um novo passatempo. Lia sobre óvnis, energia e poder da mente. Achava ser um meio de ajudar pessoas.

Era uma pessoa otimista, alegre, que rolava no chão em brincadeiras com as sobrinhas-netas, mesmo que já estivesse com mais de 60 anos. Mas também tinha um gênio forte e não se acanhava na hora de comprar uma brigar se achasse que estava certo.

Recentemente, viu agravar uma doença de pele, que acabou levando-o a morte no dia 16, aos 63 anos. Deixa o filho, o pai, duas irmãs, oito sobrinhos e duas sobrinhas-netas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: