Folha de S. Paulo


Ex-chefe da Rota é confirmado por Alckmin para comandar PM paulista

PM-SP/Divulgação
O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta sexta-feira (24), junto com o Secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, o novo comandante geral da Policia Militar, Coronel Nivaldo Restivo. Foto:Divulgacao/PMSP ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O novo comandante-geral da PM, coronel Nivaldo Restivo

Com grande parte de sua carreira ligada à tropa de choque, além do comando da Rota, o coronel Nivaldo Restivo foi confirmado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como o novo comandante-geral da Polícia Militar de SP.

Aos 51 anos de idade, sendo 35 anos deles na corporação, Restivo, porém, deve ter uma curta passagem pelo comando. Ele foi promovido em fevereiro de 2013 e, pelas regras atuais, é obrigado a se aposentar quando completar cinco anos como coronel.

Assim, deverá ficar menos de um ano no cargo, já que deve assumir oficialmente o comando no início de março e precisará deixar o cargo em fevereiro do ano que vem.

Ele assume no lugar do coronel Ricardo Gambaroni, que poderia ficar no cargo até maio deste ano, mas, como a Folha revelou nesta semana, o governo decidiu antecipar a troca em meio a uma série de aumentos de roubos pelo Estado, em especial o de carga.

Segundo policiais ouvidos pela reportagem, Restivo goza de prestígio entre os demais oficiais e é bem quisto por grande parte deles.

É visto como um policial operacional e, ao mesmo tempo, político habilidoso por conseguir transitar bem em várias gestões de secretários.

É tido como amigo do ex-secretário Antonio Ferreira Pinto, que o nomeou como chefe da Rota em 2012 -um dos anos mais letais do batalhão de elite da polícia.

Entre os trabalhos mais polêmicos da carreira, Restivo participou, em 1992, da operação que resultou na morte 111 presos na Casa de Detenção, episódio conhecido como "Massacre do Carandiru".

O coronel não chegou a ser acusado pelos homicídios, mas chegou a ser denunciado pela agressão a presos no chamado "rescaldo". Segundo o governo, o processo foi extinto, e Restivo afirma não ter agredido ninguém.

ESTRATEGISTA

Durante evento na manhã desta sexta (24), quando confirmou Restivo como comandante, Alckmin (PSDB) classificou o coronel como "estrategista com grande experiência" e de quem ele espera "inovações para a segurança" pública do Estado.

Em nota divulgada à imprensa, na qual chamou Gambaroni de "aviador nato", o novo comandante é apresentado como detentor de 42 medalhas de honra, além da "Láurea de Mérito Pessoal" em 1º grau da PM.

O secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, agradeceu Gambaroni pelos serviços prestados, mas disse ter decidido antecipar apenas para apresentar uma "solução" ao governo.

"Se não vou poder contar com o comandante até o final da gestão do governador do Estado, então, tenho que fazer a substituição. Então, quanto antes eu fizer, melhor o planejamento do novo comando da Polícia Militar."

Sobre a decisão da escolha de Restivo, Mágino disse que o escolheu por ser um "excepcional oficial".


Endereço da página:

Links no texto: