Folha de S. Paulo


Lilia Aparecida Paoliello Do Amaral (1949-2017)

Mortes: Enfrentou bandidos para cuidar de pessoas doentes

Arquivo Pessoal
Lilia Aparecida Paoliello do Amaral (1949-2017)
Lilia Aparecida Paoliello do Amaral (1949-2017)

A trajetória de Lilia Paoliello parecia certa já na sua juventude: de família de professores, aos 18 anos começou a dar aulas para crianças e poderia ter permanecido na profissão por toda a vida.

Mas Lilia bateu o pé e resolveu insistir no sonho de estudar medicina. Passou no vestibular e começou a dar aulas no turno da noite para jovens e adultos enquanto estudava de manhã e à tarde.

Lutou por anos para conciliar trabalho e estudos. O gosto por cuidar de crianças nunca a abandonou e Lilia se especializou em pediatria.

Trabalhou em postos de saúde em Santo André, na Grande São Paulo. Enfrentava traficantes e chefes de quadrilhas quando precisava entrar em favelas da região onde atendia como médica da família, conta Lilio, um de seus irmãos. "Nunca baixou a cabeça, sempre teve muita coragem", recorda-se.

Apaixonada por literatura, devorava um livro em poucos dias, diz o irmão.

Depois de se aposentar no ano passado e mesmo com pouca destreza manual, Lilia passava horas tricotando roupas para sua primeira neta, Martina, ansiosa que estava por vê-la nascer.

Mas Martina não chegou a conhecer a avó, que tinha uma doença autoimune e morreu, aos 67 anos, no último dia 7, três dias antes da chegada da criança, após complicações de uma pneumonia, deixando três filhos, dois netos, irmãos e sobrinhos.

Uma missa de sétimo dia está marcada para esta segunda (13), às 19h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.

Arquivo Pessoal
Lilia Aparecida Paoliello do Amaral (1949-2017), com a filha e seu neto
Lilia Aparecida Paoliello do Amaral (1949-2017), com a filha e seu neto

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: