Folha de S. Paulo


RENATO DA COSTA CLARO (1935-2017)

Mortes: Gaúcho, passava a limpo as palavras cruzadas

Arquivo Pessoal
RENATO DA COSTA CLARO (1935-2017)
Renato da Costa Claro (1935-2017)

Quem, na cidade gaúcha de Rio Grande, sul do RS, de longe via um senhor vestido de maneira impecável e sempre carregando dois exemplares da mesma revista de palavras cruzadas sob o braço, não tinha dúvidas: era Renato da Costa Claro, que conhecia tudo e todos na cidade.

Ter duas palavras cruzadas iguais era fundamental para ele, perfeccionista inveterado, lembra Carlos, um de seus filhos: um exemplar servia como rascunho e no outro passava a limpo as respostas definitivas do passatempo.

Mas de passatempo para ele a atividade não tinha muito. Participava de concursos de palavras cruzadas e chegou a ganhar uma assinatura de um jornal local como prêmio pelo primeiro lugar.

Era um jeito de exercitar a boa memória: conhecia por nome gerações de famílias da cidade, lembrava-se de detalhes da vida de amigos e conhecidos e não esquecia a data de nascimento de ninguém –Carlos, conta que, todo ano, recebia ligação do pai lembrando-o do aniversário de casamento.

Funcionário vaidoso do Banco do Brasil (gabava-se de ter passado em primeiro lugar no concurso para bancário, ainda na juventude), aproveitou a experiência com a contabilidade para, depois de se aposentar, ajudar instituições de caridade a colocarem suas finanças em dia.

A estimada memória começou a traí-lo quando foi acometido pelo mal de Alzheimer no ano passado. Morreu após a doença evoluir e por complicações em decorrência da idade avançada, na última sexta-feira (3), aos 82. Deixa a mulher, cinco filhos, dez netos e um bisneto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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