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Um dia após boato de greve, Pezão anuncia aumento para polícia do Rio

Mauro Pimentel/Folhapress
Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, em seu gabinete no Palácio Guanabara
Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, em seu gabinete no Palácio Guanabara

Em reunião com a cúpula da área de segurança do Estado do Rio nesta quarta-feira (8), o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) se comprometeu a pagar até o próximo dia 14 os salários dos policiais com o reajuste de até 10,22%, negociado em 2014.

A reunião ocorreu um dia após uma onda de boatos sobre paralisação das forças policiais por mobilização das mulheres dos agentes, semelhante à que provocou uma onda de mortes, saques e assaltos no estado do Espírito Santo.

No fim de 2016, Pezão tentou suspender o reajuste no pacote anticrise enviado à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), adiando sua vigência para 2020. Após violentos protestos, porém, a proposta foi retirada da pauta.

Os reajustes foram prometidos em 2014, em negociação que parcelou o aumento de salários em três parcelas, entre 2017 e 2019.

No próximo vencimento, os salários da Polícia Militar e dos bombeiros terão aumento de 7,65%. Os agentes da Polícia Civil terão reajuste de 10,22% e os delegados, de 3,3%. Já os inspetores de segurança e administração penitenciária ganharão aumento de 3,24%.

Ao lado da educação, a área de segurança pública vem sendo priorizada nos cronogramas de pagamentos de salários do Rio. As demais têm recebido os vencimentos em parcelas.

"A gente sabe o que representa a segurança pública para o Estado do Rio. Por isso, mantemos esse compromisso o tempo inteiro, mesmo com muita dificuldade", afirmou Pezão, em nota.

A possibilidade de paralisação levou o comando da Polícia Militar a emitir uma nota, ainda na terça (7), com um apelo aos policiais para que mantenham as atividades e evitem "males incalculáveis e irreparáveis".

"Paralisar um serviço essencial afeta toda a população, incluindo nossas famílias. A quem interessa a barbárie?", questionava a corporação.

O governador voltou a afirmar que gostaria de cumprir o calendário de pagamento das outras áreas, mas depende do acordo de socorro com o governo federal, que suspende as parcelas da dívida do estado com a União.

CEDAE

Na nota divulgada nesta quarta (8), Pezão voltou a defender o projeto de privatização da companhia estadual de saneamento, a Cedae, que já foi enviado aos deputados e enfrenta forte resistência dos servidores.

Segundo o governador, a venda da empresa será discutida no prazo de um ano.

"Neste primeiro momento, o que está entrando não é a privatização da empresa. Estamos colocando as ações como garantia a este empréstimo que vai fazer com que a gente fique três anos sem pagar a dívida com a União e outros bancos e sem sofrer arresto", disse.

"O governo federal exigiu que tivéssemos uma garantia. E a Cedae era a única garantia que a gente tinha para colocar na mesa."

O início das discussões sobre o projeto na assembleia legislativa estava previsto para esta quinta (9), mas o calendário deve ser alterado.


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