Folha de S. Paulo


Jules Roger Sauer (1921-2017)

Mortes: Uma vida dedicada às joias e pedras preciosas

Arquivo Pessoal
Jules Roger Sauer (1921-2017)
Jules Roger Sauer (1921-2017)

Com apenas 18 anos, Jules Roger Sauer não sabia nada sobre pedras preciosas ou joias quando chegou sozinho ao Brasil, no final dos anos 1930, fugindo da perseguição contra os judeus na Europa.

Francês, recém aportado no Rio, ele se virava dando aulas de idiomas, quando recebeu a proposta de um aluno para entrar no negócio de pedras preciosas em Minas.

O garoto não teve dúvidas na hora de dizer sim. Era uma oportunidade após sua fuga da Segundo Guerra Mundial, que incluiu um percurso de mais de 1.500 km de bicicleta e a fuga por uma janela basculante depois de ser detido sem documentos na Espanha.

Em Minas, Jules começou a desbravar o Brasil. Buscava novidades, pesquisava, examinava pedras. Aprendeu sobre lapidação e comércio de pedras preciosas. Apenas dois anos depois de chegar da Europa já tinha sua própria empresa. Foi de pedrista a joalheiro, dos trabalhos de lapidação às butiques de joias.

A primeira Amsterdam Sauer abriu em 1956, no edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, no Rio. Daí seguiram-se filiais, o mercado de exportações, os prêmio.

Tudo uma forma de homenagear as pessoas e as cores do Brasil, diz o filho, Daniel.

Desbravador, Jules chegou a descobrir uma mina de esmeralda na região conhecida como Salininha, na Bahia.

Encabeçou os negócios até depois dos 60 anos, mas mesmo depois de "aposentado" ainda cuidava das estratégias da empresa. Não queria parar.

Morreu dia 1º, aos 95 anos, de causas naturais –a família não informou. Viúvo desde 2013, deixa dois filhos, sete netos e quatro bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: