Folha de S. Paulo


Mauro Guimarães Squizato (1935-2017)

Mortes: Jornalista discreto, vagaroso e de texto perfeito

Diante da máquina de escrever, Mauro Guimarães não tinha pressa. Escrevia calmamente, brincando com as ideias e as informações. Para alguns colegas era muito lento, mas, no final, tinha sempre um texto irreparável.

Criado em Bebedouro, no interior paulista, ele rumou para São Paulo ao terminar a escola para estudar direito, mas acabou ficando no jornalismo –por cerca de 50 anos.

Começou carregando os grandes gravadores de rádio dos anos 1950, auxiliando o repórter João Batista Lemos. Era algo parecido ao operador de cabo das TVs de hoje.

Passou por empresas como a TV Excelsior, a Bandeirantes, TV Manchete e o "Jornal do Brasil". Neste último, chegou a ser diretor durante os anos 1980.

Tinha sensibilidade, não apenas para as reportagens, mas também para publicidade e questões administrativas. Chegou a ser responsável pela fábrica de papel do "JB".

Aposentou-se perto de 2010, quando atuava como diretor de relações institucionais da TAM. Pretendia parar antes, mas adiou por conta do acidente envolvendo um avião da empresa em 2007.

Dentro ou fora da redação, Mauro era sempre gentil, simpático e muito discreto. A discrição era tanta que nem fotos gostava de tirar, afirma o filho Guilherme. Das várias recordações guardadas pela mulher, Thereza, 90% é de artigos de jornal escritos por ele.

Nos últimos anos se mudou para Santos, no litoral paulista, e se dedicava, principalmente, às leituras.

Morreu enquanto dormia, no último dia 27, aos 81 anos. Deixa a mulher, três filhos, cinco netos e diversos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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