Folha de S. Paulo


Mauro David Cukierkorn (1960-2017)

Mortes: Professor divertido dentro e fora da sala de aula

A sala de aula ficava diferente quando Mauro assumia seu lugar entre os alunos e o quadro negro. Era um professor nada impositivo, na verdade tinha uma postura descontraída e a língua afiada para piadas e comentários sarcásticos. "Não fazia um circo, era espontâneo", diz o amigo e também professor José Luiz.

Neto de um comunista perseguido na Lituânia e filho de um judeu perseguido na Polônia, se apaixonou cedo pela história. Tanto que acabou escolhendo-a como profissão. Ensinou em escolas e cursinhos. Na PUC e na Unibes deu aulas de história judaica.

Mesmo depois de anos, ainda se debruçava em pesquisas buscando nuances novas, detalhes que ainda não conhecia sobre fatos do passado ou personalidades de destaque.

Gostava de contar histórias, explicar detalhes, sem importar a roda em que estava. "Era o cara mais falante, que entendia de vários assuntos", brinca o irmão, Milton.

Mas não era só a história que o empolgava. São-paulino roxo, chegou a "fugir" de casa para ver a final do Campeonato Paulista de 1971. Aos 11 anos, voltou tarde da noite só com uma bandeira e o jornal com a notícia do título.

Também atacou de produtor musical mais recentemente, promovendo bandas como a Rockassetes, a Kaol e Lanny Gordin e a Cuba 07.

"Manteve a inquietude, a vontade de ensinar e de aprender até o último minuto", conta o primo Airton, lembrando que ele lecionou enfrentando os efeitos da quimioterapia.

Foram sete meses de luta contra um câncer até morrer no dia 22, aos 56. Deixa a mãe, dois irmãos, um filho e alunos entusiasmados e saudosos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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