Folha de S. Paulo


Fittipaldi estrela campanha de Doria para aumento de limite em marginais

Bruno Poletti/Folhapress
O ex-piloto Emerson Fittipaldi, que estrelará campanha para a gestão Doria
O ex-piloto Emerson Fittipaldi, que estrelará campanha para a gestão Doria

O ex-piloto Emerson Fittipaldi foi escolhido pela equipe de João Doria (PSDB) para a campanha do programa Marginal Segura, que prevê o aumento da velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

A proposta do tucano é, a partir de 25 de janeiro, ampliar as velocidades de 70km/h para 90 km/h (pista expressa), de 60 km/h para 70 km/h (central), e de 50 km/h para 60 km/h (local) –com exceção da faixa local da direita, que permanecerá em 50 km/h.

"Nas minhas corridas, a segurança sempre esteve em primeiro lugar", diz o bicampeão mundial de Fórmula 1. "A partir de 25 de janeiro, as velocidades nas marginais serão readequadas."

"Faça como eu: não use celular dirigindo, respeite o motociclista, o ciclista e o pedestre. Respeite a sinalização. Nas pistas ou no trânsito, quem tem que estar na frente é a vida. Trânsito bom é trânsito seguro", continua.

Depois de muitos títulos, o ex-piloto encerrou sua carreira em 1996, quando sofreu um acidente grave e quase morreu durante o Grande Prêmio de Michigan de Fórmula Cart, nos EUA.

Segundo a prefeitura, Fittipaldi não cobrou cachê. Doria tem dito que todos os custos da operação Marginal Segura serão de doações.

REDUÇÃO

Em julho de 2015, a gestão Fernando Haddad (PT) reduziu os limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

Segundo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, do sistema Infosiga, ligado à gestão Geraldo Alckmin (PSDB) no governo estadual, foram 950 óbitos no trânsito da capital em 2016, representando uma queda de 15,1% em relação às 1.119 mortes registradas pelo sistema no ano anterior.

Uma associação de ciclistas entrou com uma ação civil na Justiça de São Paulo para tentar barrar o aumento dos limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros. O pedido baseia-se principalmente no fato de que a gestão Doria tem sido incapaz de dar garantias de que a medida não coloque em risco à vida de quem circula por aquelas vias.

"Não dá para testar programas desse porte em vidas humanas", resume Rene Fernandes, diretor da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo). "Quando o presidente da CET fala do programa Marginal Segura, considera melhorar a fluidez do tráfego e o número de veículos, mas ignora a possibilidade de atropelamentos e colisões que vão ocasionar lesões corporais e mortes", completa.


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