Folha de S. Paulo


Febre amarela deixa oito mortos em MG; ministro fala em surto da doença

O Ministério da Saúde confirmou, em balanço divulgado nesta quarta-feira (18), oito mortes causadas pela febre amarela em Minas Gerais. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que há em surto no Estado, mas destacou que está sob controle.

Há outros 45 óbitos suspeitos e, no total, 206 casos sob investigação em 29 cidades do leste mineiro. No Espírito Santo, de acordo com a pasta, há outros seis casos suspeitos em quatro municípios.

Das oito mortes confirmadas em Minas Gerais, quatro foram identificadas como sendo por febre amarela silvestre. No caso das outras quatro, a doença também foi confirmada, mas a pasta ainda está descartando a possibilidade de febre amarela vacinal.

A febre amarela vacinal é quando a doença é causada pela própria vacina, hipótese altamente improvável –as estimativas variam de um caso a cada 400 mil a um caso a cada um milhão, segundo o ministério.

A pasta enviou equipes aos dois Estados para ajudar na identificação e combate à doença. Minas receberá 1,6 milhão de doses de vacina para reforçar a imunização, e o Espírito Santo outras 500 mil doses, que serão enviadas para 26 cidades do oeste do ente da federação.

"Temos uma situação sob controle", disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. "Antes do surto de Minas, tivemos, há quatro meses, macacos morrendo em São Paulo. O Estado solicitou a vacina, providenciou reforços nos locais afetados e a situação foi controlada. É o mesmo cenário que vemos para Minas".

Casos de febre amarela em humanos costumam ser precedidos do falecimento de macacos pela doença –em São Paulo, duas pessoas morreram no final do ano passado.

Serão adotadas também medidas de precaução no oeste da Bahia, onde a imunização será reforçada em 45 municípios, com o envio de 350 mil doses de vacina, e no noroeste do Rio de Janeiro, onde a população de 14 cidades próximas à divisa com Minas Gerais será vacinada (400 mil doses serão enviadas, segundo o ministério).

Em São Paulo, a situação está sob controle, de acordo com a pasta, e desde o final do ano passado o ministério está aplicando medidas de prevenção e controle da doença.

Municípios com casos notificados de febre amarela

RECOMENDAÇÃO

De acordo com o ministério, 19 Estados brasileiros já têm recomendação para a vacinação, e em janeiro 650 mil doses foram distribuídas como parte da rotina do calendário nacional de vacinação.

No ano passado, segundo a Saúde, foram repassadas mais de 16 milhões de doses da vacina para todo o país, e em 2017 outras 25 milhões de doses foram compradas. O Brasil, salientou o ministério, é exportador de vacinas de febre amarela.

A recomendação do Ministério da Saúde é que as pessoas que forem viajar para as áreas afetadas se vacinem contra a doença, mas essa não é uma obrigação, ou seja, não haverá fiscalização.

No caso de crianças até cinco anos que residam em áreas de risco ou viajarão para essas regiões afetadas, a recomendação da pasta é uma dose da vacina aos 9 meses de idade e outra dose de reforço aos quatro anos.

Para adultos que vão viajar para áreas afetadas, a recomendação é tomar vacina pelo menos 10 dias antes da viagem, caso seja a primeira vez.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que cada pessoa tome somente uma dose da vacina na vida contra a febre amarela, mas por precaução o Ministério da Saúde recomenda duas doses.


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