Folha de S. Paulo


Antonio Edmar Roque (1949-2017)

Mortes: Cachaça, hambúrguer e pratos tradicionais

Foi com a cachaça que começou a jornada de Edmar até os mais populares restaurantes de Belo Horizonte. Recém-saído de casa, ele trazia as bebidas da cidade natal, Arcos, para vender em botecos da capital mineira –bebidas do interior eram tidas como de primeira linha naquela época.

O negócio era passageiro, enquanto corria atrás do sonho de ser médico –razão de ter ido para BH sozinho, aos 17 anos. Mas o desempenho nas provas de vestibular acabaram mudando os planos. "Decidiu então ser dono de boteco", brinca a filha Eliza.

Primeiro teve o Mon Cheri, vendendo um pouco de tudo. Era pão com linguiça, tira-gosto, cachaça. Chegava a vender 20 litros em um único dia, só na dose. Depois abriu a lanchonete New Hambúrguer, maior, vendendo sanduíches, sucos, vitaminas.

Nos anos 1980 comprou a tradicional Cantina do Lucas, no edifício Maletta, centro de Belo Horizonte. Com garrafas no teto, cardápio variado e eventos culturais, o local foi tombado Patrimônio Cultural da cidade no ano de 1997.

Edmar, que também era dono do restaurante Casa dos Contos, estava sempre acompanhando tudo. Foram anos trabalhando de segunda a segunda, até começar a tirar os sábados de folga. Nesses momentos, aproveitava para cuidar de seus passarinhos e fazer os almoços em família.

Único homem da casa, costumava ser o brincalhão, que fazia tudo para a mulher e filhas –apesar de ter ficado mais exigente quando elas começaram a trabalhar com ele.

Morreu no dia 7, aos 67, após lutar por quatro anos contra um tumor. Deixa a mulher, Maria, três filhas e um neto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: