Folha de S. Paulo


Após decisão da Justiça de SP, governo Alckmin diz que pode aumentar tarifas

Jales Valquer/Fotoarena/Folhapress
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin se reuniu na manhã desta segunda-feira (09) com o prefeito João Doria para debaterem ações prioritárias e parcerias entre o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo. O encontro aconteceu no Palácio dos Bandeirantes localizado na Avenida Morumbi, 4.500, Morumbi, São Paulo (SP).
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com o prefeito João Doria

Em seu recurso à Justiça, o governo Alckmin (PSDB) afirmou que o custo dos bilhetes unitários –de metrô e trens da CPTM– poderia ser elevado de R$ 3,80 para aproximadamente R$ 4,05 caso o reajuste da tarifa de integração fosse suspenso.

"Em prol de se manter o percentual de desconto concedido aos usuários da integração nos patamares anteriormente adotados, todos os usuários do sistema, inclusive aqueles que não são beneficiados por tais subsídios, serão prejudicados", diz o documento, assinado pela Procuradoria do Estado.

Não são poucos, no entanto, os passageiros beneficiados pelos bilhetes de integração em São Paulo. Segundo dados da SPTrans, cerca de 47 milhões de viagens são feitas por mês usando ônibus e metrô ou ônibus e trem.

De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, quase 20% das viagens de metrô são feitas com o benefício da integração, percentual que é de 15% na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). No momento de anunciar a manutenção do bilhete unitário em R$ 3,80, porém, o governo paulista ignorou esses números e reforçou a importância dos passageiros únicos.

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"Nós não fizemos o reajuste do bilhete de R$ 3,80 porque é ele que beneficia o maior número de pessoas", afirmou nesta terça-feira (10) o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a pasta estadual de transportes, o congelamento da tarifa básica do transporte beneficia 67% dos usuários de metrô e 74% dos passageiros transportados pela CPTM.

Uma vez ciente de que a liminar barrando o reajuste foi mantida pelo Tribunal de Justiça, o governo voltou a destacar o peso da integração em suas contas. Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirmou que "o atendimento da ordem liminar impacta financeiramente de forma drástica e prejudicial o sistema de transporte e os cofres do governo do Estado".

Se mantida, prosseguiu a pasta, terá impacto financeiro de aproximadamente R$ 220 milhões neste ano, sendo que mais da metade desse valor se refere ao Metrô (R$ 115 mi). Outro grande custo do sistema de transportes, no entanto, não foi mencionado desta vez: a concessão de gratuidades –pagas pelo Estado– a grupos como estudantes e idosos, que só no Metrô consumiu mais de R$ 500 milhões no ano passado.

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