Folha de S. Paulo


MAX ALTMAN (1937-2016)

Mortes: Figura ilustre da esquerda latino-americana

Reprodução/Facebook
Max Altman (1937-2016) -- https://www.facebook.com/breno.altman/posts/10210202176663737
Max Altman (1937-2016)

Seria difícil pensar num destino diferente para Max Altman: era para seu nome ser, na verdade, Marx Altman (formando uma dupla com o irmão mais velho, Carlos). Mas o pai mudou de ideia no momento do registro –era 1937 e começava o Estado Novo, com forte perseguição do governo Vargas a comunistas.

Se o nome do economista alemão não estava no documento, sua presença era forte em casa. Max tinha só 11 anos quando filiou-se ao Partido Comunista do Brasil –do qual saiu em 1984 para entrar no Partido dos Trabalhadores.

Advogado e jornalista, dedicou a vida a causas sociais em todo o mundo: do financiamento de exilados da ditadura franquista, na Espanha, à defesa dos povos palestinos –mesmo judeu, militou contra o Estado de Israel. Tinha essa preocupação justamente por ser judeu, resume o filho Breno. "É um povo tão migrante que acaba tendo uma percepção mundializada dos problemas", diz.

Não à toa, recebeu uma coroa de flores do presidente venezuelano Nicolás Maduro em seu enterro (era também amigo próximo de Chávez), além de condolências do comitê central do Partido Comunista de Cuba –que o chamou de "exemplo de revolucionário".

Para ajudar o PT a organizar suas finanças, em 2000, montou "pacotes de viagens" com destino a Cuba com direito à companhia do amigo Lula, conta Breno.

Morreu em 19 de dezembro, aos 79, vítima de um tumor cerebral recém-descoberto. Deixa a mulher, Líria, três filhos e oito netos.

A pedido, suas cinzas serão jogadas no mar da mureta de Malecón, em Havana.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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