Folha de S. Paulo


Doria diz que usará agências bancárias vazias para fazer novas creches em SP

Marlene Bergamo/Folhapress
Prefeito João Doria faz anúncio de suas primeiras medidas após posse
Prefeito João Doria faz anúncio de suas primeiras medidas após posse

O prefeito João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (2) que pretende usar agências bancárias vazias para a criação de creches na cidade de São Paulo. O objetivo é ajudar na implementação de 66 mil vagas para crianças de até três anos. A promessa dele é zerar a fila por matrículas até o final deste ano.

Em seu primeiro dia de expediente na prefeitura, o tucano se reuniu com secretários por quase cinco horas e falou com a imprensa em seguida, no edifício Matarazzo, no centro da capital paulista, sede da administração municipal.

Antes disso, se vestiu de gari para lançar o programa de zeladoria Cidade Linda. Na prefeitura, ele voltou ao figurino do dia a dia, roupa social e sem gravata.

"Os bancos estão diminuindo o número das suas agências e abrindo mão de várias das suas propriedades. Estamos pedindo para essas instituições que destinem alguns desses imóveis para a implantação de creches da Prefeitura de São Paulo", disse Doria. "Os ajustes nos imóveis também deverá ser feito pelas instituições. A operação das creches será de responsabilidade da Secretaria da Educação através das OSs [organizações sociais]", completou o novo prefeito.

Segundo Doria, a contrapartida para os bancos "é ajudar a cidade a ser uma cidade melhor". Hoje, as creches em imóvel da prefeitura já são minoria na capital paulista–18%. As demais são geridas por entidades terceirizadas. A ampliação via convênios foi adotada pelas gestões Marta Suplicy (PMDB, ex-PT), José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), tanto por questões financeiras como pela dificuldade de encontrar terrenos. Da mesma forma que Doria, os dois prefeitos eleitos antes dele também tentaram parcerias com o setor privado.

Fila da creche

A gestão Fernando Haddad (PT) já havia prometido diminuir o deficit de vagas com ajuda da iniciativa privada, mas o projeto não vingou. Doria afirmou que "desta vez vai sair do papel, até porque não há papel, há espaço físico, que será destinado para essa finalidade".

O tucano afirmou que as 66 mil vagas são a fila atual, informada pela Secretaria da Educação. No entanto, em setembro, a fila era de 133 mil vagas. A atual gestão argumenta que o que vale é o número de dezembro, que é a demanda que a prefeitura não conseguiu atender. Em setembro, segundo a equipe de Doria, a fila é sempre maior porque começa a matrícula para o ano seguinte.

CORUJÃO DA SAÚDE

A equipe do tucano afirmou que o programa para zerar a fila de exames na cidade começará a partir do próximo dia 10. De acordo com o secretário da Saúde, Wilson Pollara, as pessoas que aguardam exames entre 30 dias e seis meses, vão ser atendidos pela iniciativa privada.

Quem aguarda a fila por mais de seis meses será encaminhado a uma nova consulta nas unidades que solicitaram o exame, para saber se os exames continuam necessários ou não.

Segundo Pollara, os exames não seriam apenas à noite. "Na verdade não é só coruja, é bem-te-vi, é colibri. Não será apenas à noite, nós teremos vários tipo de horário", disse. "No máximo meia-noite e meia vamos resolver todos. Então, não vamos ter aquele paciente das 3h, das 2h, tendo dificuldade de transporte."

CALÇADA LIVRE

Doria também lançou um novo programa de mutirão e melhoria das calçadas da cidade. A ação começará em locais de grande movimento de pedestres. "Em torno de 8% das calçadas, representam 50%, 60% da utilização. São eixos estratégicos importantes, onde você tem a justificativa de utilizar recursos públicos e a própria prefeitura regional fazer [a obra]", disse o secretário das Prefeituras Regionais e vice-prefeito Bruno Covas (PSDB).

A prefeitura também prefere ajudar particulares na reforma de suas próprias calçadas. "Vamos pegar a equipe técnica, mobilizar a sociedade, através de mutirão enfrentar esse problema na cidade de São Paulo", disse. A ação começará no dia 8, em Itaim Paulista (zona leste de SP), onde Mario Covas, na época prefeito da cidade, fez o primeiro mutirão habitacional.


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