Folha de S. Paulo


Mais uma cidade registra morte de macacos com febre amarela em SP

Mais uma cidade paulista registrou mortes de macacos com febre amarela, o que amplia o alerta sobre o risco de a doença se espalhar. Dois animais morreram vítimas da doença em Jaboticabal (a 342 km de São Paulo), o que fez a prefeitura criar um dia para vacinação em massa de moradores ainda não imunizados contra a doença.

Antes, já houve registros de casos de febre amarela nas zonas rural e urbana em Ribeirão Preto e em cidades da região de São José do Rio Preto.

Por meio da sua assessoria, a coordenadora da Vigilância de Vetores e Zoonoses de Jaboticabal, Maura Guedes Barreto, disse que a febre amarela já era tema de discussões no município antes mesmo da descoberta dos macacos mortos, justamente devido à confirmação de casos em Ribeirão Preto –as cidades distam cerca de 60 quilômetros.

O dia 17 foi definido como a data para a vacinação em massa de quem ainda não está imunizado em Jaboticabal. Até lá, porém, os postos de saúde da cidade atenderão os pacientes de segunda a sexta-feira.

O surgimento de casos de febre amarela no interior de São Paulo fez com que municípios antecipassem a vacinação em bebês, além de desenvolverem ações para evitar o risco de proliferação da doença.

Na região de São José do Rio Preto foram confirmadas ao menos quatro mortes de macacos com a doença e um homem morreu vítima da forma silvestre da febre amarela.

Em Ribeirão Preto, um sagui com a doença morreu numa praça do centro da cidade e a prefeitura reforçou a vacinação, com postos móveis e abertos aos finais de semana, para tentar atrair as estimadas 100 mil pessoas que não estão imunizadas.

Apesar de o total de mortes já ser suficiente para gerar alerta em serviços de saúde, o número pode ser muito maior. Na região de Rio Preto, há outros quatro animais à espera do resultado de exames e o número de denúncias neste ano de encontro de corpos ou ossadas de macacos já passa de 40. Também há casos em análise em Ribeirão.

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ENTENDA

Em quais locais do Estado de SP há casos de febre amarela em macacos?
Em São José do Rio Preto e outras dez cidades no entorno, além de Ribeirão Preto, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

Quantos casos foram registrados?
Quatro na região de São José do Rio Preto, além de quatro suspeitos e mais de 40 notificações de macacos mortos no ano (na maioria não foi possível fazer exame). Um homem morreu com a forma silvestre da doença. Em Ribeirão, um macaco morreu, e há outros casos em análise.

A situação preocupa?
Sim, mas não é alarmante, segundo órgãos de saúde.

Qual é o risco de a doença se espalhar?
Não há registro da transmissão entre humanos desde os anos 1940, mas é preciso prevenir –na área urbana, ela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya; na zona rural, o vetor é o Haemagogus.

Quais são os sintomas?
Febre, dores de cabeça e no corpo, vômito e fraqueza. Em casos graves, febre alta e icterícia (cor amarelada na pele e branco dos olhos), podendo evoluir para quadro de choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

O que o morador deve fazer caso encontre um macaco morto?
Se o animal estiver morto ou com sinais de doença –e mesmo se houver apenas a ossada–, é preciso avisar os órgãos de saúde da cidade.

Que ações são tomadas após a notificação?
Locais próximos são bloqueados e insetos são coletados para análise. Quando possível, exames são feitos para definir a causa da morte. As cidades atingidas também intensificaram a vacinação.

Quando o animal está em decomposição e não é possível fazer exame, quais medidas são tomadas?
As mesmas ações de quando é possível colher exame, ou seja, bloqueio e coleta de insetos. Notificações são tratadas como supostos casos positivos.

Por que a vacinação em bebês é antecipada?
Para reduzir o risco de contrair a doença, uma dose da vacina é aplicada logo aos seis meses de idade. Uma segunda dose é dada três meses depois, quando habitualmente seria a data da primeira imunização.

Quem deve tomar a vacina contra febre amarela?
Quem mora em áreas de risco ou vá viajar a esses locais. Ela deve ser tomada ao menos dez dias antes da viagem.

A vacinação é constante nessas cidades?
Sim, mas elas receberam campanhas extras de divulgação devido aos casos, e postos móveis foram implantados.

Fontes: Secretaria da Saúde de SP, Vigilância Epidemiológica de S. José do Rio Preto e Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto


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