Folha de S. Paulo


Theresa Mucciollo Spinelli (1928-2016)

Mortes: Dona Theresa, a conselheira do Ipiranga

Quando Theresa Mucciollo adoeceu, aos 21, e ficou acamada, a mãe correu para a farmácia do bairro.

Indicaram o jovem médico Américo Spinelli. No atendimento, ele se encantou pelos olhos levemente puxados de Theresa, e as visitas continuaram mesmo após a melhora da paciente. Ficariam juntos por quase meio século.

Primogênita entre os seis filhos de um casal de descendentes de italianos, Theresa nasceu na Mooca, mas viveu a maior parte da vida no Ipiranga, com Américo.

Lá, assumiu o papel de matriarca, e o que mais gostava de fazer era reunir familiares e amigos para verdadeiros banquetes em sua casa –não admitia que as visitas se dessem por satisfeitas com apenas um prato.

Os almoços de domingo começavam com a família nuclear, se estendiam com a chegada de amigos para o lanche da tarde e iam até a noite.

Cozinhava massas, como nhoque e lasanhas, e era especialista no preparo de beringela, para o qual sabia ao menos 11 pratos, todos de cabeça. Não seguia medidas, costumava passar a receita com conselhos como "aí você vai sentindo a massa e vê se precisa de mais farinha".

O caráter agregador e a postura altiva fizeram com que se tornasse uma espécie de "consigliera". Parentes e pessoas próximas a procuravam com frequência para ouvir suas orientações, e ela passava tardes ao telefone, aconselhando pessoas com a sua voz rouca.

Morreu no dia 17, aos 88, de um aneurisma torácico. Deixa os filhos Cid e Carlos, quatro netas e dois bisnetos.

A missa será nesta quinta (24), às 19h00, na igreja Santa Teresinha, rua Maranhão, 617, Higienópolis, em São Paulo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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