Folha de S. Paulo


Luiz Antônio Galesso Coaracy (1954-2016)

Mortes: De aluno a professor, nunca deixou o francês

Arquivo Pessoal
 Luiz Antônio Galesso Coaracy
Luiz Antônio Galesso Coaracy (1954-2016)

Ninguém tinha dúvida do quanto Luiz Antônio gostava do seu trabalho. O irmão, Salvador, é taxativo: "Era a segunda casa dele". Flora, sua amiga e colega de profissão, vai mais além: " Não, [o trabalho] era a primeira casa dele".

Professor de francês por quase três décadas, ele chegava duas, às vezes, três horas antes das aulas, e não tinha problema em ficar um pouco a mais, fosse para tirar dúvidas ou para bater papo.

Nascido no Rio de Janeiro, Luiz Antônio teve suas primeiras aulas do idioma durante a infância, quando se mudou com a família para Brasília. Sempre na Aliança Francesa, passou a juventude na cadeira de aluno e a vida adulta na de professor.

Primeiro em Brasília mesmo, depois na capital paulista, onde deu aulas por 21 anos. No final, acumulava classes em três unidades –Jardins, centro e Faria Lima.

Sorridente dentro e fora da sala de aula, tinha uma predileção por turmas iniciantes, achava que era mais fácil ver a evolução dos alunos. Ao ser perguntado por que não dar aulas em outros lugares, talvez em uma faculdade, respondeu que não tinha interesse. Estava feliz onde estava.

Quando não estava trabalhando, lia, reunia amigos, cantava. Gostava muito da música erudita, que conheceu, assim como o francês, durante aulas na infância. Chegou a fazer apresentações em São Paulo e em Brasília, algumas em francês e em inglês.

Deu aulas até um dia antes de morrer, no último dia 30, aos 62 anos, vítima de um infarto. "Ele negligenciava um pouco a saúde", diz o irmão.

Deixa um filho, dois irmãos e muitos amigos e alunos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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