Folha de S. Paulo


Therezinha Petrasso Correa (1937-2016)

Mortes: Uma professora dedicada ao ensino público

Arquivo pessoal
Therezinha Petrasso Correa (1937-2016)
Therezinha Petrasso Correa (1937-2016)

Therezinha demorou a descobrir sua vocação. Não por não saber o que fazer ou por ter escolhido a profissão errada, mas porque precisou tomar um sacode da vida antes de se encontrar no mundo.

Dona de casa, só foi trabalhar fora no começo dos anos 1980, já depois de mais velha, quando o marido perdeu o emprego em meio à recessão econômica que atingia o país.

Segurou as pontas em casa, mesmo com a doença que acometeu o marido após o desemprego, e cuidou dos quatro filhos praticamente sozinha, conta um deles, Sérgio.

Fez magistério e começou a dar aula para o ensino primário em 1981. "Ela entrou por necessidade, mas se apaixonou", afirma o filho.

Gostou tanto da profissão que fez vestibular e entrou no curso de ciências sociais da USP (Universidade de São Paulo) dois anos depois, aos 46 anos, mesmo depois de décadas sem estudar.

Não deixou de dar aulas no primário, sempre em escolas públicas, sua grande preocupação. Era rigorosa no ensino, mas brincalhona e cuidadosa com os alunos, diz Sérgio.

Como agradecimento pela dedicação ao ensino, chegou a ganhar uma placa em sua homenagem na escola municipal Olavo Pezzotti, última instituição em que lecionou, até se aposentar em 2000.

Apaixonada por animais, costumava adotar gatos e batizou seu cachorro, da raça São Bernardo, de Frederico d'Aosta Valle –"com nome e sobrenome, como se fosse um nobre", como conta o filho.

Morreu em 29 de setembro, aos 79, após uma pneumonia. Deixa quatro filhos, três netos, irmã e sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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